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     Injustiça Profissionais
    amargam oito anos sem reajuste  | 
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     Os
    2.925 engenheiros, arquitetos, agrônomos e assistentes agrônomos da
    administração direta do Estado de São Paulo penam, há oito anos, sem
    reposição salarial. A última correção foi feita em outubro de 1995,
    fixando o salário inicial da carreira em R$ 840,81.  Se
    à época o valor já era baixo, desde então foi corroído em 158%, segundo
    o ICV-Dieese (Índice de Custo de Vida, do Departamento Intersindical de
    Estatísticas e Estudos Socioeconômicos). Insensíveis à realidade da
    categoria, os preços continuaram a subir. Segundo o mesmo órgão, entre
    julho de 1994 e dezembro de 2002, os aumentos foram vertiginosos
    especialmente para telefonia (679,5%), serviços médicos (572,2%), gás de
    cozinha (513,1%) e gasolina (279,9%).  A
    situação, conforme qualificada pelo grupo de engenheiros que se reúne
    semanalmente no SEESP para discutir o problema, é “constrangedora e
    humilhante”. Jaime Divino Moraes, engenheiro mecânico com especialização
    em Engenharia de Segurança do Trabalho, atua na Secretaria do Emprego e
    Relações do Trabalho e exemplifica a disparidade. Se tivesse a mesma
    atribuição no Ministério do Trabalho receberia vencimentos mensais, em
    começo de carreira, de R$ 4.438,00.  Além
    do baixo salário, conta ele, tem que desembolsar os gastos com combustível
    e pedágios, feitos no exercício de sua função.  Diante
    disso, os profissionais estão condenados a malabarismos financeiros para
    sobreviver. Hélio Cava Sanches, do Instituto de Cooperativismo e
    Associativismo, órgão ligado à Secretaria da Agricultura e do
    Abastecimento, conta que, todos os meses, ele e a mulher decidem o que
    deixarão de pagar. O aperto do cinto já incluiu corte do convênio médico
    e do celular, transferência das filhas para escolas públicas e adeus a
    qualquer curso de atualização profissional.  
 Solução
    engavetada Para
    o presidente do SEESP, Murilo Celso de Campos Pinheiro, “é inadmissível
    haver profissionais desse gabarito com tal rendimento”, o que desestimula
    a atuação no serviço público. O Sindicato tem feito gestões junto ao
    governo para que o processo seja finalmente encaminhado e aguarda audiência
    com o Governador. Por duas vezes, uma comissão de engenheiros foi recebida
    na Secretaria da Agricultura e Abastecimento. No dia 10 de junho, o secretário
    adjunto Alberto José Macedo Filho reiterou compromisso de agilizar o
    processo, mas ainda não cumpriu a promessa. Procurado pelo Jornal do
    Engenheiro, o secretário Antônio Duarte Nogueira não se manifestou até o
    fechamento desta edição.  | 
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