Editorial |
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A Alca (Área
de Livre Comércio das Américas) continua em pauta, tendo em vista a pressão
dos Estados Unidos por um posicionamento do Governo brasileiro. Nesse,
existe a preocupação com o fato de que, além de os EUA “pensarem só
neles”, os pífios resultados econômicos
anunciados pelo México demonstram objetivamente a arapuca em que a
Nação pode vir a se meter. A associação
do México com os Estados Unidos e Canadá, via Nafta (Acordo de Livre Comércio
da América do Norte), assusta o Brasil. Em resumo, só os dois mais ricos
levaram vantagens naquele acordo. Muito embora mesmo nesses países os
trabalhadores tenham sido prejudicados. O que está
implícito no discurso e na postura brasileira em relação à Alca é que
se deseja, com razão, que o acordo seja benéfico aos países
latino-americanos, a exemplo do que ocorreu com Portugal, Grécia e Espanha
com a implantação da União Européia. O Governo tem deixado claro que se
as negociações não evoluírem remeterá todas as discussões ao âmbito
da OMC
(Organização Mundial do Comércio), o que não agrada os estadunidenses.
Esse clima de incertezas levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em
Portugal, a afirmar com todas as letras a um dirigente sindical: “O Brasil
não caminha na direção da Alca.” Tal resposta, todavia, não reflete a
atitude de quando visitou George W. Bush e se comprometeu com a implantação
do acordo até 2005. Mais
recentemente, vem apostando na adoção da “Alca light” ou “mínima”,
em que ficam fora do jogo serviços, compras governamentais e investimento,
os pontos que mais interessam aos Estados Unidos, até que haja avanço nas
questões agrícolas. Embora
seja compreensível a posição do Governo, que não pode simplesmente se
recusar a discutir o assunto, é vital que não ceda à ganância do Tio Sam.
A proposta da Alca, conforme feita até agora, não passa de anexação de
mercado para os Estados Unidos. Recomendável seria aproveitar os novos e
bons ventos que passam pela Argentina e mesmo a inclinação do eleitorado
mexicano que reprovou nas urnas a política neoliberal de Vicente Fox e
finalmente consolidar o Mercosul.
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