Opinião Obscurantismo
marca debate sobre transgênicos no Brasil |
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A
prática agrícola iniciou-se entre os humanos há cerca de 10 mil anos e
continuamente vem dando importantes contribuições para
as sociedades humanas. Há muito tempo, tornou-se prática indispensável
para o desenvolvimento dos povos e, embora muito evoluída, ainda não
chegou ao máximo de seu aperfeiçoamento. Dela
depende o crescimento populacional humano e esse tem sido muito acelerado
nas últimas décadas. A espécie levou entre 300 e 500 milhões de anos
para, em 1850, atingir seu primeiro bilhão de pessoas. Na atualidade, a
população cresce em um bilhão de pessoas a cada dez ou 12 anos. É interessante constatarmos, também, o que não tem sido mencionado de forma devida. A quantidade de alimentos que tem sido necessária para satisfazer o aumento no nível social dos chamados povos subdesenvolvidos. Somando-se esses dois fatores, torna-se evidente a importância e a necessidade de mais produção de alimentos. E a utilização dos organismos geneticamente modificados, também chamados transgênicos, é, sem dúvida, o processo mais racional para se solucionar de forma inteligente o problema.
É
incrível que essa argumentação mística e ilógica venha sendo ouvida e
até aceita por governos de diferentes países, alguns até civilizados. Em
contrapartida, as explicações e argumentos de uma associação de
academias de ciências de sete países, que inclui as duas mais importantes
do mundo, a Royal Society de Londres e a U.S. National Academy of
Science de Washington, favoráveis aos transgênicos, não são aceitas. Infelizmente,
a situação do Brasil com relação ao uso dos alimentos geneticamente
modificados é muito grave. A despeito de hoje estarmos na linha de frente
em agronomia tropical e da grande capacidade empreendedora de nossos
profissionais dessa área, será muito difícil fazer frente a países que,
usando metodologia mais eficiente e apropriada – a dos transgênicos –,
deixaram-nos para trás, sem possibilidade de competir. É trágico o Brasil, um imenso país agrícola, com um destacado pelotão de agrônomos e geneticistas de primeira categoria, não poder usufruir de conhecimentos universais para produzir mais alimentos e competir internacionalmente porque um grupo de mandingueiros foi capaz de convencer o governo brasileiro de que os transgênicos são coisa do diabo.
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