Editorial
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Prometida
pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda estamos todos a esperar
pela retomada do desenvolvimento nacional, que não virá, já sabemos,
espontaneamente. Medidas concretas devem ser tomadas a garantir que tal
objetivo se torne realidade. Oportunamente, pontos importantes rumo a essa
meta foram tratados durante o
I Fórum Social Brasileiro, realizado entre os dias 6 e 9 de novembro, na cidade de Belo
Horizonte, e que contou com a participação de representantes do SEESP. Presente
ao evento, o professor Luiz Gonzaga Belluzzo apontou os erros básicos e não
originais que estão sendo cometidos. O País mantém a moeda valorizada e não
aumentou suas reservas, o que o deixa ao sabor da especulação
internacional de capitais. Essa é premiada pela alta taxa de juros, que tem
dizimado a economia real brasileira. Ou seja, continuamos no mesmo círculo
vicioso dos últimos anos. Questão
também fundamental que integrou os debates do FSB foram propostas voltadas
à redução da jornada de trabalho, das horas extras e do tempo de duração
do banco de horas. As medidas teriam importante função no combate do
desemprego, nosso principal vilão da atualidade. Juntamente com os reparos
na economia, isso é essencial para que, quando houver o reaquecimento, os
assalariados não sejam os últimos a ser beneficiados por ele.
Felizmente,
como lembrou o economista Paulo Nogueira Batista Jr., em artigo publicado no
portal Porto Alegre 2003 (www.portoalegre2003.org), “desta vez a tarefa da
quinta-coluna é das mais espinhosas”. Isso porque, afirma,
a posição dos EUA é indefensável. Eles pretendem, por exemplo,
rigorosa proteção a patentes, beneficiando a si próprios, que detêm a
maior parte delas. Querem ainda impedir que, em compras governamentais, haja
preferência a fornecedores nacionais, evitando estratégias de
desenvolvimento industrial. Quando se chega ao ponto que nos interessa,
abrir seu gigantesco mercado aos produtos agrícolas, instala-se a resistência.
Por
isso mesmo, é mais que oportuno que seja feito um plebiscito oficial, no
qual a população possa dizer se quer e como quer a Alca. Isso não só
atenderia a um direito dos brasileiros, como fortaleceria a posição do
Governo para negociar a nosso favor.
Eng.
Murilo Celso de Campos Pinheiro |
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