V CONSE Encontro nacional
defende retomada do desenvolvimento e direitos dos trabalhadores |
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Rita
Casaro Profissionais
dos quatro cantos do País participaram do 5º Conse (Congresso da Federação
Nacional dos Engenheiros), que aconteceu entre os dias 26 e 29 de novembro,
em Florianópolis (SC). Na largada do evento, o presidente do SEESP, Murilo
Celso de Campos Pinheiro, que comandará
a FNE a partir de 2004, ressaltou a qualidade da organização. “Nossa
federação cumpre seu papel de forma exemplar ao colocar em pauta temas de
enorme interesse para a nossa profissão e para o Brasil.” Jorge
Gomes, atualmente à frente da entidade, destacou a representatividade
dessa. “Fala em nome de mais de 50 mil filiados, por intermédio de 17
sindicatos de base em todo o País.” Ele foi enfático ao reafirmar a
defesa do artigo 8º da Constituição, que assegura a organização
sindical. Essas e
outras preocupações ficaram expressas na “Carta de Florianópolis”,
aprovada por aclamação no último dia do evento. Além da garantia dos
direitos dos trabalhadores, o documento reivindica a retomada do crescimento
e a recuperação do emprego. “As
políticas públicas recessivas, que há décadas travam o desenvolvimento,
devem dar lugar a investimentos imediatos em atividades produtivas de
infra-estrutura. Em 2003, 350 mil trabalhadores do setor foram demitidos.
Desses, 10 mil engenheiros e arquitetos, caracterizando o abandono do
conhecimento e experiência técnica”, denuncia o manifesto. Agenda ampla Polêmico
por excelência, esse último encarregou-se de esquentar as discussões.
Defensor entusiasmado das mudanças nessas áreas, o deputado federal
Carlito Merss (PT-SC), ao abordar o tema, tratado na manhã do dia 28,
atacou as regras vigentes. Na sua avaliação, o problema básico seria a
falta de representatividade dos sindicatos, “na grande maioria dominados
pelos patrões”. Ele criticou ainda o que qualificou como “o maldito
imposto sindical”, que seria
responsável pela manutenção de estruturas “pelegas”.
A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) também não escapou da
mira do parlamentar, que a comparou à Carta del Lavoro, implementada
na Itália em 1927. Se Merss já
havia enfrentado a hostilidade da platéia, que não deixou de expressar seu
desagrado diante das afirmações peremptórias, ficou em situação ainda
mais difícil quando foi sucedido ao microfone pelo juiz Luís Alberto de
Vargas. Membro do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) do Rio Grande do Sul,
o magistrado deu início a sua palestra oferecendo um exemplar da famigerada
legislação italiana ao deputado. “Assim, verá que a CLT não é uma cópia
da Carta del Lavoro, que nem é tão ruim, tanto que jamais foi
aceita por Mussolini, que a considerava excessivamente democrática. A de
sua preferência era a Carta di Verona”, ensinou. O juiz fez
questão de defender as entidades, cuja maioria “cumpre o seu papel e o
faz num contexto muito desigual”, marcado pela
mentalidade anti-sindical do empresariado e pela falta de política
salarial no País. “E qual o problema da contribuição, por que chamá-la
de ‘imposto’? Para se ter uma idéia, em várias partes do mundo, os
sindicatos recebem dinheiro do Governo”, argumentou. Ameaça Para ele,
há ainda problemas como o fim da unicidade – apenas um sindicato por
categoria numa mesma base territorial –, que considera uma
“conquista”, tendo em vista que propicia maior coesão dos
trabalhadores, enquanto a pluralidade os divide por ideologias. É grave
ainda a ameaça de fim do poder normativo da Justiça do Trabalho, que seria
substituído por arbitragem privada, sujeita a ingerências do patronato. E fez um
alerta final: “Não acho que se vá construir nada desmantelando o que
existe. Os deputados não foram eleitos para desmontar sindicatos.” Exatamente
para impedir que as reformas caminhem nessa direção desastrosa é necessária
a organização dos trabalhadores, advertiu o
consultor sindical João Guilherme Vargas Netto. “As forças do
neoliberalismo disputam o Governo e a sociedade. Se não nos mobilizarmos
com clareza, seremos batidos nessa batalha” afirmou. |
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Eleita nova diretoria da FNE | |
Em 29 de
novembro, último dia do 5º Conse (Congresso da Federação Nacional dos
Engenheiros), aconteceu a votação para escolha da diretoria da FNE, que
fica à frente da entidade no triênio 2004-2007. Com 128 votos, entre os
137 depositados na urna, foi eleita a chapa de consenso encabeçada por
Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente do SEESP.
Após o anúncio do resultado pela comissão eleitoral, ele ressaltou
a importância da nova missão: “A tarefa da qual eu e os companheiros de
chapa nos incumbiremos representa enorme responsabilidade. E sabemos que a
condição determinante para que qualquer outra proposta seja cumprida é
manter a unidade do movimento sindical nacional dos engenheiros. Nossa
federação deve permanecer coesa e os laços de solidariedade que nos unem,
cada vez mais fortes.” Murilo
apontou ainda os rumos do trabalho a ser desenvolvido. “Nossa batalha se
dará também e principalmente pela busca do avanço no que já foi construído
até aqui. Conforme propusemos em nossa plataforma, pautaremos nossa ação
por três eixos principais: o fortalecimento institucional, a ação
sindical pró-ativa de âmbito regional e nacional e a modernização
administrativa e operacional da entidade.” Compõem
ainda a equipe, que toma posse
em março do próximo ano, José Luiz Lins dos Santos (vice-presidente),
Fermin Luis Perez Camison (tesoureiro), José de Miranda Filho (secretário),
Augusto César de Freitas Barros (Planejamento e Relações Internas), Luís
Borges Carneiro (Relações Interinstitucionais) e Flávio de Oliveira Brízida
(Operacional). São diretores regionais Antônio Carvalho de Farias, Luís
Alexandre Silva Farias, José de Mauro Filho, Clarisse Soraggi e Carlos
Bastos Abraham. Integram o Conselho Fiscal Sebastião Djalma Gomes, Luiz
Benedito de Lima Neto, Antônio Florentino de Souza Filho, Artur Chinzarian
e Luiz Fernando de Paulo Machado. E são representantes na CNPL (Confederação
Nacional dos Profissionais Liberais) Wanderlino Teixeira de Carvalho e Jorge
Luiz Gomes, atual presidente da
Federação. |
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