Memória Mecanização
é marco da agricultura moderna |
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Lourdes Silva |
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Machado
de pedra, espada de madeira, enxada de metal, foice, arado de tração
animal e humana foram técnicas utilizadas no campo desde a pré-história.
Introduzida no século XVIII, a mecanização representou uma revolução na
agricultura, propiciando o abandono progressivo das práticas antigas. O
arado de aiveca, inventado pelos romanos, era puxado por animais, tendo
estrutura de madeira e bico de metal. Hoje, seu uso está limitado como
implemento tracionado por tratores, pois nas grandes lavouras são usadas máquinas
semeadoras de plantio direto. No século XVIII, surgiu a primeira colhedeira
de cereais. Em 1790, foi montado o primeiro moinho automático para trigo; a
ceifadora para sua colheita foi criada em 1835. “Com o primeiro motor de
combustão interna construído em 1876, o trabalho humano e dos animais pôde
ser substituído pelo mecanizado e tratorizado”, conta Luiz Geraldo Mialhe,
professor titular da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz),
da Universidade de São Paulo. Ainda conforme ele, o grande salto se daria a
partir do início do século XX, com “as descobertas que ocorreram
vertiginosamente nos EUA depois da 1ª Guerra Mundial”.
A primeira colheita mecanizada de arroz ocorreu na década de 30, no Rio Grande do Sul. No início dos anos 40, o País possuía uma frota de 3.380 tratores. O avanço da motomecanização ficaria comprometido até 1945, devido à 2ª Guerra Mundial e dificuldades com importação. O Governo Juscelino Kubitschek dinamizou o trabalho iniciado por Getúlio Vargas para implantar a indústria voltada ao setor. Contudo, no final da década de 50, o saldo era de 50 mil tratores importados, de 143 marcas diferentes, que causaram problemas pela falta de assistência técnica e peças de reposição. A fabricação de máquinas pesadas e a implantação da produção de tratores no País começariam no início dos anos 60.
Neste
início do século XXI, a frota nacional atingiu 430 mil unidades, sendo que
muitos dispõem de comandos eletrônicos, computador de bordo e informações
via satélite, garantindo operação de alta precisão. Apesar do avanço,
ainda “existem bolsões de agricultura de subsistência no sul do Paraná
e em regiões como o interior do Ceará e Rio Grande do Norte”. Segundo
Mialhe, são famílias que vivem de exploração da terra e não têm
recursos para adquirir equipamentos e defensivos para combate às pragas. |
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