| 
     Segurança Evento
    indica que ITV pode finalmente sair do papel  | 
|
| 
     Soraya Misleh  | 
|
| 
     Ao
    término de 2004, deve ter início a inspeção técnica veicular no Brasil.
    Esse é o objetivo do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito),
    anunciado pelo seu diretor geral, Ailton Brasiliense Pires, durante o seminário
    “Inspeção Técnica Veicular”. Promovido pelo Grupo de Transporte e Trânsito
    do SEESP e realizado em seu auditório no dia 8 de dezembro, o evento reuniu
    cerca de 150 participantes. Na abertura, Murilo Celso de Campos Pinheiro,
    presidente do Sindicato, lembrou que embora o prazo para que a ITV,
    regulamentada pelo Código de Trânsito Brasileiro em 1997, entrasse em
    vigor tenha expirado em maio de 1998, até hoje ela não saiu do papel.  A
    preleção de Pires veio renovar a esperança de que um novo capítulo nessa
    história seja escrito. Segundo ele, grupo de trabalho interministerial
    elaborou relatório que seria entregue ao ministro das Cidades, Olívio
    Dutra, no dia 10 de dezembro. E os primeiros meses de 2004 serão de debate
    sobre o assunto com a sociedade para a efetivação da resolução final.
    “A expectativa é que mais tardar no começo de março saia o edital.” Para
    o diretor do Denatran, convém que a inspeção ocorra em nível federal e
    simultaneamente em todo o território nacional. Essa poderá ser feita em
    qualquer estação certificada pelo poder concedente para prestar o serviço.
    A tarifa será única e o laudo de aprovação, no geral, terá validade de
    um ano. Aos veículos novos, a inspeção terá início a partir do terceiro
    licenciamento. No primeiro ano o item que reprovará será freio. Os veículos
    que não atenderem às exigências especificadas não poderão ser
    licenciados sem nova inspeção. As
    bases desse programa foram discutidas em consultas públicas e definidas após
    o resgate de trabalhos sobre o assunto. O SEESP deu sua contribuição, por
    intermédio de relatório elaborado em 1999 pelo então Comitê de ITV,
    coordenado pelo Eng. Jurij Solski, diretor da entidade, e enviado ao
    Denatran no mesmo ano. Em
    sua exposição, Sérgio Seabra, presidente do IBV (Instituto Brasileiro
    Veicular), ressaltou que, para que a ITV seja adequadamente implantada, é
    necessário resolver algumas questões práticas. “A primeira diz respeito
    à frota inspecionável. É razoável admitir que a gente termine o ano com
    27 ou 28 milhões de veículos licenciados. Eis uma base para esse processo,
    porque não se pode superdimensionar, nem subdimensionar a rede de estações.”
    A segunda é uma base regulamentar sólida. 
 Do
    ponto de vista ambiental, os benefícios também são consideráveis.
    Segundo Silvio Figueiredo, chefe do agrupamento de motores do IPT (Instituto
    de Pesquisas Tecnológicas), em geral, os estudos indicam 
    que os problemas de saúde são mais relacionados à emissão de
    material particulado e em menor grau ao ozônio. “Com informações dessa
    natureza, é possível estimar a redução no número de internações que
    teríamos em função do investimento em inspeção.” Entre
    as vantagens da ITV enumeradas por Saltini está ainda o incentivo à
    manutenção preventiva de veículos, inibição da clonagem e criminalidade
    e geração de 80 mil postos de trabalho, inclusive a engenheiros. “A
    presença do profissional da nossa área é importante. É bom para a
    sociedade e o País”, afirmou o presidente da Fenemi (Federação Nacional
    de Engenharia Mecânica e Industrial), Onofre de Resende.  Há
    engenheiros que já realizam inspeções diferenciadas nas instituições técnicas
    de engenharia instaladas no País, credenciadas pelo Inmetro. É o que
    informou o presidente da Angis (Associação Nacional dos Organismos de
    Inspeção), Marcos de Oliveira César. “Nosso pessoal é amplamente
    capacitado para realizar esse trabalho também”, garantiu.  | 
|
| 
     
  | 
|