Dia-a-Dia Metalurgista
assegura qualidade na produção de aço |
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Lourdes Silva |
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Essa
é a missão do engenheiro Carlos Noberto Paula Silva, juntamente com seus
14 colegas de trabalho, na Gerência de Assistência Técnica a Clientes e
Desenvolvimento de Produto da Cosipa (Companhia Siderúrgica Paulista). Em
sua rotina de trabalho, ele atende
a reclamações, realiza visitas de pré e pós-venda e responde a
consultas enviadas pela área comercial sobre produtos que não constam do
manual de venda. Além disso, acompanha
pedidos especiais que exigem monitoramento no processamento e analisa
desvios na corrida de aço, decorrentes, por exemplo, de uma composição química diferente da especificada. Segundo Silva, checa-se o
material – chapas grossas de aço
utilizadas na fabricação de navios, plataformas submarinas para
exploração de petróleo, construção de oleodutos, gasodutos e outros
empreendimentos – para saber se atenderá ao pedido original ou se poderá
ser transformado em outro produto. Podem
ainda surgir problemas nos ensaios mecânicos. É o momento de usar o
sistema denominado Julgamento Automático da Qualidade. No computador, as
especificações do produto são comparadas ao resultado do ensaio. Se
coincidirem, está aprovado; do contrário, bloqueado. Caberá então aos
engenheiros apontar a falha e decidir se o item pode ir para o mercado. Mais
que garantir a qualidade, Silva trabalha com desenvolvimento de novos
produtos. Sua missão é definir as condições para tanto e coordenar uma
experiência industrial que envolve três corridas de aço. Se o resultado
indicar a viabilidade, as áreas de marketing e vendas são comunicadas para
darem início à comercialização. Satisfeito
com o trabalho, Silva avalia que o mercado é favorável, mas alerta: é
essencial ter especialização em metalurgia. Graduado na área em 1975,
pela Escola de Engenharia de Volta Redonda, ele concluiu o mestrado em mecânica
da fratura pela Poli-USP em 1996.
O
rigor que caracteriza seu trabalho, afirma Carlos Noberto Paula Silva,
integra o esforço de modernização feito pelas
siderúrgicas brasileiras. Segundo ele, houve investimentos
significativos – só a Cosipa desembolsou US$ 1,1 bilhão nos últimos dez
anos – em novos equipamentos, melhoria dos existentes, controle ambiental,
automatização de processos, implantação de sistemas de gestão da
qualidade, desenvolvimento de novos produtos e outros. “Estamos aptos a
fornecer produtos de alta qualidade a preços competitivos, o que nos tem
permitido a participação efetiva nos mercados nacional e estrangeiro.” Enquanto
isso, essa indústria nos Estados Unidos tornou-se obsoleta e perdeu seu
poder de fogo. A solução para
garantir seu mercado foram as famosas barreiras impostas pelo país às
importações. Em dezembro último, após ameaça de punição pela OMC
(Organização Mundial do Comércio), o governo estadunidense retirou essa
sobretaxa. |
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