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11/10/2010

Governo chileno estima que resgate dos 33 mineiros levará 48 horas

       O ministro chileno da Mineração, Laurence Golborne, estimou que a operação de resgate dos 33 mineiros presos na Mina de San José, no Chile, deva durar até 48 horas. Hoje (10), a equipe que trabalha na perfuração do acesso ao local onde estão os trabalhadores começou o trabalho de revestimento do duto de 622 metros.
       Segundo Golborne, esse trabalho estará concluído amanhã (11), até as 9h. As informações são da rede pública de televisão chilena TVN. Inicialmente, a estimativa é que os trabalhadores da mina comecem a ser retirados na parte da tarde da quarta-feira (13). Mas o ministro disse que, dependendo das condições do duto depois do revestimento, é possível começar o resgate na manhã de quarta. O revestimento é feito com uma espécie de material metálico para dar estabilidade ao túnel e não haver desmoronamentos.
       Segundo a agência oficial de notícias do Paraguai, IP Paraguay, serão revestidos 96 metros do duto, o suficiente para dar estabilidade à descida da cápsula especial desenvolvida pela Marinha do Chile para o resgate e também à subida dos 33 mineiros. Uma pessoa por vez subirá pela cápsula, que descerá inicialmente levando um médico para atendimento emergencial ainda debaixo da superfície. O duto tem 65 centímetros de diâmetro, segundo a TV chilena.
       De acordo com o ministro chileno da Saúde, Jaime Mañalich, os mineiros foram comunicados que será discutida com eles a ordem de retirada. Ontem, quando foi feita a primeira teleconferência depois da máquina perfuradora ter alcançado os mineiros, os trabalhadores se mostraram animados apesar do estresse psicológico a que estão submetidos há mais de dois meses. “Eles disseram: ministro, eu quero ir por último. E isso foi se repetindo entre todos os outros. É uma prova de que eles mantêm o ânimo e um espírito de solidariedade, o que é totalmente admirável para pessoas que passaram pelo teste de esforço e sobrevivência ao qual talvez, aqui, alguns de nós não resistiríamos”, relatou Mañalich.
       O ministro da Saúde informou que a dieta dos mineiros soterrados permanecerá a mesma até horas antes do resgate. Desde que comprovou-se que estavam vivos e estabeleceu-se o contato com os mineiros, eles se alimentam normalmente, tendo as três refeições principais, intercaladas por lanches.
       Mas, horas do resgate, para enfrentar a subida de 622 metros, eles terão apenas uma dieta líquida, segundo Mañalich. “Para que estejam fortes o suficiente e não tenham enjoo ou queda de pressão”, explicou o ministro. A dieta será enriquecida com carboidratos, proteínas e vitaminas para dar aos mineiros “uma reserva calórica e energética que os permitam dar conta do estresse psicológico que certamente vão sofrer durante a subida”.
       Mañalich explicou ainda que os riscos para os mineiros enquanto estiverem na cápsula são: queda de pressão arterial, o que poderia levar a um desmaio, e também o desenvolvimento de uma trombose, já que estão sem muito espaço para movimentar-se debaixo da terra. Por isso, os mineiros vão tomar uma dose de aspirina e terão um suporte de oxigênio durante a subida e terão as pernas enfaixadas.
       Assim que saírem do túnel, eles serão levados a um hospital de campanha montado na área da mina, que fica em Copiapó, a cerca de 800 quilômetros ao norte da capital, Santiago. Depois, encontrarão seus parentes e serão levados de helicóptero a outro hospital, onde, segundo o ministro, passarão, no mínimo, dois dias para se restabelecerem completamente.
       A Mina de San José tem uma jazida de cobre e está situada no Deserto de Atacama. A mina é explorada pela companhia mineradora San Esteban, de capital norte-americano.

 

(Lana Cristina, Agência Brasil)
www.cntu.org.br

 

 


 

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