Em ano marcado por mais enchentes, secas, tempestades e elevações dos níveis dos oceanos, quase 200 países se reunem no México a partir desta segunda-feira para tentar um acordo mínimo de redução da mudança climática
A reunião de representantes de governos para a C0P 16, num luxuoso local de veraneio, no Caribe, chamado "Moon Palace," começa nesta segunda-feira (29) e vai até 10 de dezembro, tentando retomar as negociações de um acordo contra as mudanças climáticas, que não foi alcançado na COP 15, no ano passado, em Copenhague.
Ontem (28) conversações preliminares buscaram acordos em medidas mais modestas, como por exemplo, um "fundo verde" para canalizar a ajuda aos países pobres, novos meios de compartilhar tecnologias limpas e proteger as florestas tropicais que absorvem o carbono, à medida que elas crescem.
"Esses são passos importantes, mas eles são pontuais e uma pequena parte do problema que o mundo está enfrentando," disse Johan Rockstrom, chefe do Stockholm Environment Institute - (Instituto do Meio-Ambiente de Estocolmo). "Não podemos comemorar o que está acontecendo," disse ele à Reuters.
Esse ano, segundo salienta a agência noticiosa, promete ser um dos dois mais quentes desde que os registros começaram, no século 19. A equipe de cientistas especialistas em clima da ONU diz que o aumento da temperatura significa que haverá mais enchentes, secas, tempestades e elevações dos níveis dos oceanos.
A reunião, que será aberta pelo presidente do México, Felipe Calderon, vai tentar acabar com o impasse entre a China e os EUA, os principais emissores de gases do efeito estufa. Cada um insiste que o outro precisa fazer mais para reduzir as emissões pela queima de combustíveis fósseis, um desentendimento que causou mais tensão numa relação já afetada por disputas em relação ao excedente comercial e o controle da taxa de câmbio da China. E nenhum dos dois está disposto a assinar um acordo obrigatório para reduzir as emissões.
O principal objetivo das conversações é encontrar um sucessor para o atual Protocolo de Kyoto, de 1997, que obriga todas as nações industrializadas, exceto os EUA, a cortar as emissões em pelo menos 5,2 por cento abaixo dos níveis de 1990 no período de 2008 a 2012.
Tóquio disse na semana passada que seria "inútil e inadequado" que aqueles que apóiam o Protocolo de Kyoto estendam o pacto sem mais ação da parte dos principais emissores. A União Europeia também quer uma maior ação em troca de uma extensão de Kyoto.
Washington nunca assinou o pacto, dizendo que Kyoto omitiu, injustamente, metas obrigatórias para 2012 para as nações em desenvolvimento. Pequim e outros países emergentes dizem que as nações ricas precisam concordar com novas metas para 2020 e permitir que os pobres usem mais energia para acabar com a pobreza.