Franco da Rocha foi submersa após a abertura de comportas da represa Paiva Castro. A abertura das comportas da represa Jaguari/ Jacareí, provocou o transbordamento do rio e alagamentos em Jaguariúna
Depois de Franco da Rocha, outra cidade paulista passou a sofrer com o transbordamento de represas, que atingiram nível máximo. A abertura das comportas da represa Jaguari/ Jacareí, pertencente ao sistema Cantareira, provocou o transbordamento do Rio Jaguari, causando alagamentos em Jaguariúna, a 124km de São Paulo.
A chuva na madrugada de ontem levou a prefeitura declarar estado de atenção. Seis bairros estão submersos, e a água chega à cintura dos moradores.
Pelo menos 30 famílias foram removidas de áreas de risco e levadas para pousadas e outras acomodações. A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) informou que está retendo mais água na represa do que escoando. Em nota oficial, a Sabesp informou que a Jaguari/Jacareí retém um volume de 111 metros cúbicos por segundo e vertendo 30 metros cúbicos por segundo.
Segundo o diretor da Defesa Civil do município, Gilberto Giangiulio Júnior, desde outubro Jaguariúna se preparou para enfrentar a chuva: — Antecipamos limpeza de bueiros, mas as perdas materiais não podem ser evitadas.
Giangiulio Júnior disse que o rio Jaguari está dois metros acima do nível da calha.
— O rio tem uma calha de 3,10 metros e já alcançou 5,30 metros. O rio corta 14 bairros, mas nem todos estão alagados, apenas alguns. Temos ainda outros dois outros rios na cidade, Camanducaia e Atibaia, e todos devem transbordar por causa da chuva — avaliou.
Em Franco da Rocha, o nível da água que inundou o município começou a baixar ontem, mas ainda não há previsão de quantos dias serão necessários para o escoamento total da água. A cidade foi submersa após a abertura de comportas da represa Paiva Castro. O centro da cidade permanece isolado.
Escolas, casas, comércios, o fórum, o prédio da prefeitura e a delegacia ainda estão ilhados.
Promessa de acelerar PAC 2
O governo federal se comprometeu a agilizar a liberação de recursos para construir quatro piscinões no estado de São Paulo previstos no PAC 2 — que somam R$ 140 milhões, dos quais R$ 42 milhões do governo estadual.
Em encontro com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, o governador Geraldo Alckmin fez outro pedido à União: que um quinto piscinão, o do Parque Ecológico do Largo da Penha, possa ser beneficiado com verbas de um fundo especial federal.
— O governo federal tem o Funcap, que é o Fundo Nacional de Defesa Civil, em que para cada real que o estado coloca, a União coloca três. Vamos propor que São Paulo ponha dinheiro nesse fundo — afirmou Alckmin.
— Estamos recolhendo projetos e vamos levar à presidente Dilma. Ela quer ajudar.
Segundo o ministro, no entanto, não estão previstos recursos federais para minimizar os danos das enchentes em São Paulo, pois o Estado tem essa verba.
O governador Geraldo Alckmin anunciou ontem que vai pagar uma bolsa-aluguel de R$ 300 para famílias atingidas em Franco da Rocha, um dos municípios mais afetados, além de construir casas e desassorear o rio.
Ainda não se sabe qual será a fatia dos R$ 700 milhões — a serem liberados pelo Ministério da Integração para os estados atingidos pelas chuvas, através de medida provisória — destinada a São Paulo.