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27/11/2009

Conhecer a madeira para usar bem

 

       Informações sobre as características básicas do material e os diversos tipos existentes são fundamentais para se evitar desperdícios e problemas na construção civil. Além disso, é preciso banir a utilização de produto ilegal.
       Para Geraldo José Zenid, diretor do Centro de Tecnologia Florestal do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), o uso sustentável da madeira na construção civil passa por conhecer bem suas características básicas e a diversidade de tipos existentes. O recado foi dado durante sua palestra sobre o tema, ministrada ao final do dia 26 de novembro no EcoSP (Encontro de Meio Ambiente de São Paulo). Segundo ele, a madeira reúne propriedades mecânicas positivas, como alto índice de resistência específica, baixo consumo de energia no seu processamento e absorção e fixação de CO2 – temas muito importantes a se levar em conta, quando se pensa em sustentabilidade na construção civil. De acordo com Zenid, não há outro material para uso no setor com essas peculiaridades. Desconhecê-las, destacou, “acaba gerando desperdício, deterioração e insucessos”. Por exemplo, problemas com umidade em pisos e esquadrias decorrentes de má preparação ou instalação.

 


       Com a pretensão de auxiliar os engenheiros na tarefa de se informarem sobre os materiais adequados a um determinado uso na construção civil – externo ou interno, temporário ou definitivo –, o IPT lançou o livro “Madeira: uso sustentável na construção civil”, juntamente com o Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo), a Prefeitura Municipal e o Governo do Estado de São Paulo. A obra, que em sua segunda edição contou com o apoio de ONGs ambientalistas, como o Greenpeace, foi disponibilizada pelo instituto aos participantes do EcoSP.
       Ainda no encontro, o especialista observou que a madeira certificada é a ideal a se trabalhar, pois atende ao conceito de sustentabilidade. E lembrou que no Brasil já há milhares de hectares com qualificação inclusive internacional. Também é aqui que se encontra a maior área certificada de florestas nativas no mundo: a mata administrada pelo Projeto Jari, do Grupo Orsa, na Amazônia. “São cerca de 500 mil hectares em produção, em que os danos são minimizados.”
       Além do material certificado, há aquele feito de modo responsável, de acordo com a legislação. “A produção é por manejo florestal e o desmate, autorizado.” Todavia, ambos os cenários não são predominantes em território nacional. Zenid apontou que “60% a 70% da madeira comercializada no País é ilegal”. E ressaltou que esse processo de consumo predatório tem que ser banido e as construtoras devem ter como meta não recorrer a ele.

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