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13/10/2015

Carta de Campo Grande - É hora da engenharia unida

Os engenheiros, representados pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), através dos seus 18 sindicatos filiados, reunidos por ocasião do IX Congresso Nacional dos Engenheiros (CONSE), realizado de 5 a 7 de outubro de 2015, em Campo Grande/MS,  vêm declarar seu compromisso inequívoco com as bandeiras de luta que consideram essenciais: a defesa da engenharia brasileira e de seus profissionais, o desenvolvimento nacional sustentável, a valorização do trabalho e o fortalecimento do movimento sindical em seu conjunto.

Sob uma crise política grave e uma recessão econômica que confundem os caminhos a serem trilhados, as lideranças dos engenheiros convocam a categoria, a engenharia, as entidades e o pensamento democrático brasileiro a debater como superar essas dificuldades agudas e regressivas.

Ressaltamos três pilares de uma agenda que nos une e que abre espaço para nosso processo civilizatório: a democracia, o desenvolvimento e a participação. O Brasil tem compromisso com a grandeza, e a criatividade de seu povo é o instrumento para a realização desse destino.

O primeiro pilar reafirma o aprofundamento e o enraizamento da democracia política, econômica e social como único caminho que levará o País a alcançar novos patamares de avanços em todas as áreas, reforçando a soberania cidadã.

O segundo pilar reitera seu compromisso de ação com as bandeiras de luta que consideramos fundamentais, expressas pelo projeto mobilizador da FNE “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” desde 2006:

* a defesa da engenharia, ciência, tecnologia e inovação brasileiras e de seus profissionais

* o desenvolvimento nacional, tendo como eixo estruturante a luta contra as desigualdades sociais e regionais, a ser alcançado num projeto que contemple a expansão do emprego, salário, investimentos públicos e privados, infraestrutura econômica, social e urbana, mercado interno, sustentabilidade econômica, ambiental e cultural, distribuição de renda, inclusão, justiça social e soberania

* fortalecimento das empresas estatais com ênfase à não privatização da Petrobras, das distribuidoras da Eletrobras e ligadas aos governos estaduais, das geradoras de energia, do saneamento, das metroferroviárias, dos portos e das demais companhias de infraestrutura.

* a valorização do trabalho; o cumprimento do salário mínimo profissional; a luta pela produtividade e pela educação continuada; e o fortalecimento do movimento sindical em seu conjunto.

O terceiro pilar sinaliza para a participação crescente e unitária da categoria dos engenheiros e demais profissionais da área tecnológica, por meio dos sindicatos, associações representativas, conselhos profissionais, universidades e empresas, dentro do que denominamos de Engenharia Unida. A partir dessa organização coesa, alcançaremos os meios e as formas para a ampliação das conquistas pela construção do país que queremos.

Essa agenda, à qual os participantes do IX CONSE engajam-se de forma convicta, faz-se ainda mais urgente no momento em que o País enfrenta dificuldades de monta na economia, com uma recessão que reduz a produção e ceifa milhares de empregos, agravada pela submissão às exigências do mercado financeiro e do rentismo.

Cabe ressaltar ser fundamental a apuração de atos de corrupção e a punição dos responsáveis. No entanto, não se pode paralisar o Brasil por conta dessa dinâmica.

Crimes e desvios são cometidos e devem ser punidos. É imperativo que as empresas e seu patrimônio humano e tecnológico sejam preservados.

Os engenheiros têm consciência de que a defesa da categoria é essencial ao impulso do desenvolvimento do País e ao bem-estar da população e enfatizam a necessidade de preservação dos recursos hídricos e da geração de energia limpa.

Portanto, é necessário remuneração justa, condição de trabalho adequada e acesso à educação continuada. O cumprimento da Lei  4.950-A/66, que estabelece o Salário Mínimo Profissional, assim como sua extensão ao setor público, e  a implantação da carreira de Estado para os engenheiros nos Municípios, Estados, Distrito Federal e na União são metas imprescindíveis. Também o é o reconhecimento profissional, com garantia do registro com cargo de engenheiro. Essas questões representam a base de uma política de valorização profissional, de modernização do sistema produtivo e do Estado brasileiro a caminho da melhoria e da ampliação dos serviços sociais públicos.

O IX CONSE debateu que este é o projeto das gerações que estão construindo um País à altura das necessidades da população. Ao realizar mais um congresso vitorioso, que fortalece sua luta sindical e profissional, os engenheiros se qualificam como protagonistas ao debate sobre o futuro do País. Assim, os engenheiros declaram a renovação de seu compromisso com o Brasil.

Campo Grande, 7 de outubro de 2015.

 

 

Imprensa SEESP

 

 

 

 

 

 

 

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