Ainda na tarde desta sexta-feira (27), Leonam dos Santos Guimarães, da Eletrobrás Termonuclear, apresentou durante o EcoSP (Encontro de Meio Ambiente de São Paulo) o tema “O modelo brasileiro de energia nuclear”. Segundo ela, essa é uma alternativa cuja contribuição é importante dentro do contexto de preservação do meio ambiente e recursos naturais. Além disso, não pode ser descartada se o País quiser se desenvolver de forma sustentável e com inclusão social. Prevista no Plano Nacional de Expansão – o qual aponta que para 2030 todas as fontes serão necessárias e terão que integrar a matriz energética brasileira –, como ponderou Guimarães, a energia nuclear tem papel complementar para assegurar segurança no abastecimento.
Os recursos hídricos continuarão a ser preponderantes, mas o Brasil não poderá abrir mão de coadjuvantes como as térmicas, acredita. Com essa visão, será implantada a usina de Angra 3, cuja operação deve ter início em 2015. E estão no planejamento mais duas outras centrais nucleares, no Nordeste e no Sudeste, a serem entregues antes de 2030. Cada uma terá 2 mil megawatts de capacidade instalada e área possível de expansão considerada.
Na sua ótica, para o País avançar mais nessa seara, a geração através do processamento de urânio tem que ser desmistificada. “É energia limpa, segura, oriunda de grande riqueza nacional muito pouco aproveitada.” De acordo com sua explanação, o Brasil detém a sexta maior reserva do mundo, com 309 mil toneladas de urânio equivalentes, e apenas 1/3 é prospectado, basicamente no Nordeste. Corresponde a “238 anos de operação do gasoduto Brasil-Bolívia, o que é algo que não pode ser desprezado”.