Cumprindo agenda com os movimentos sociais em São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve na sede do SEESP, na Capital paulista, onde foi recebido pela diretoria do sindicato e do Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec), na manhã desta segunda-feira (7/12). Na ocasião, foi apresentado ao presidente o projeto da instituição de ensino do sindicato que iniciou suas atividades em fevereiro último com a primeira turma do curso de Engenharia de Inovação do País. Ao final, Lula falou rapidamente com a imprensa do sindicato.
Fotos: Beatriz Arruda/SEESP
Lula destaca ideia revolucionária dos engenheiros ao investir na formação dos cidadãos brasileiros
SEESP – Presidente, como o senhor vê a iniciativa do sindicato em criar uma faculdade de engenharia de inovação?
Lula - É uma ideia revolucionária o sindicato se preocupar e investir na formação dos cidadãos brasileiros. A criação de um curso de engenharia por uma entidade de classe é inusitada no Brasil. Recentemente, fui à Argentina visitar uma universidade criada pelos trabalhadores de hotéis, bares e restaurante; e, agora, fico feliz em ver o sindicato dos engenheiros criando a sua. Espero fazer uma visita à faculdade para depois levar, como exemplo, a experiência a outros sindicatos. O movimento sindical não pode agir mais como no século XX. Não é só reivindicar aumento de salário ou melhorias de condições de vida, é tentar propor coisas inovadoras para o País. Não tem nada que justifique mais a inovação do que a educação, portanto o sindicato está de parabéns em fazer esse investimento criando o Isitec.
SEESP – É um projeto que merece total apoio, presidente?
Lula – O projeto tem de ter a compreensão de todos nós, e o apoio também. É uma iniciativa inusitada, sobretudo superando o momento em que o Brasil passou muito tempo sem fazer investimento em infraestrutura. Ou seja, as pessoas estudavam engenharia e iam trabalhar no sistema financeiro. Eu lembro que quando começamos a discutir as ferrovias e a indústria naval, o Brasil não tinha esses profissionais. Tentar recriar a vontade pela formação em engenharia é acreditar na inovação, na competitividade, na produtividade, naquilo que vai dar ao Brasil condições de ser igual aos países mais desenvolvidos do mundo. É com a educação, e entendendo que a engenharia é extremamente sagrada para o desenvolvimento, que o nosso país vai ser no século XXI infinitamente melhor do que ele foi no século XX.
Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP