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04/01/2016

Comunicação e educação podem ajudar na questão ambiental

Uma pesquisa realizada com 179 moradores do bairro de Vila Medeiros, na região noroeste da cidade de São Paulo, mostrou que 105 dos entrevistados manifestaram oscilação entre mal-estar e bem-estar, conforme o logradouro pelo qual passam, enquanto 38 pessoas declaram sentir frustração e tristeza com a paisagem encontrada nas ruas da região onde moram. Dentre os pesquisados, 57 eram adultos, 62 jovens que cursavam o ensino médio, e outros 60 jovens cursando o ensino fundamental.

Os números da pesquisa acabam de ser publicado em um artigo assinado pelos professores Adilson Citelli e Sandra Pereira Falcão, ambos da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), veiculado na revista Comunicação & Educação. Intitulado Comunicação e Educação: um contributo para pensar a questão ambiental, o texto propõe estratégias educativas com apoio de intervenções próprias da comunicação como “um campo de intervenção social para se compreender a importância da ação comunicativa para o convívio urbano, elaborando e implementando projetos colaborativos de mudanças sociais”.

De acordo com os autores, quando se pensa em criar e manter valores socioambientais, esbarra-se em fatores externos à questão. Segundo o texto, “como um ‘jogo de esconde’ protagonizado pelo poder econômico característico do capitalismo de alto consumo, no qual criam filtros com características mais publicitárias do que propriamente dirigidas à resolução de adversidades que matizam a realidade e a vida social”.

Desgaste
Apesar da declaração de desgaste e desconforto dos moradores, a maioria revela, entretanto, nunca ter acionado o poder público por meio dos canais de comunicação da prefeitura em busca de melhorias socioambientais para o seu distrito, como citam os autores.

Essa situação pode mudar com a ajuda da conexão comunicação-educação, já que é um canal para se compreender melhor o tema do meio ambiente. De acordo com o artigo, “é possibilitar questionamento e posicionamento mais direto do cidadão perante os órgãos públicos em relação às agressões ao meio ambiente”.

As cidades precisam criar condições necessárias para garantir aos cidadãos uma nova cidadania ambiental. E esta envolve diretamente a participação do cidadã. Para os professores, este é o principal obstáculo a ser vencido. No distrito estudado, observou-se uma abordagem conservadora e reducionista na educação ambiental para os jovens. É necessário que a informação ambiental urbana seja capaz de “construir ou restaurar os elos que possibilitem aos moradores refletir e agir sobre ‘desvios’ redutores da qualidade de vida”.

Com essa pesquisa, os docentes querem estimular um debate de maior alcance “voltado à internalização de valores capazes de realimentar a proatividade cidadã no plano socioambiental”, destacando a importância de “desenvolver na universidade e nas co munidades urbanas projetos que permitam resgatar, reorganizar, reconectar e redistribuir saberes a respeito de comunicação ambiental [...]“. A ideia é fornecer subsídios para redimensionar a participação e o empoderamento do cidadão por meio dos multidispositivos comunicacionais.

 

 

 

Fonte: Agência USP de Notícias

 

 

 

 

 

 

 

 

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