A Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) e seus sindicatos sempre pautaram sua atuação em defesa da soberania nacional, do desenvolvimento e, principalmente, dos trabalhadores. Motivada por esse espírito, em 2006, em plena estagnação econômica, a entidade, apoiada pelos sindicatos de sua base, iniciou o projeto Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento que nasceu como uma contribuição da categoria a um plano nacional de desenvolvimento sustentável com inclusão social, fruto de debates realizados com milhares de profissionais em todo o País.
No processo de debate do Cresce Brasil, com propósito de buscar crescimento com democracia, distribuição de renda, respeito à natureza e a reorganização urbana, a FNE reuniu especialistas nas áreas consideradas cruciais ao desenvolvimento, com destaque para energia, e realizou vários seminários com foco na recuperação do setor elétrico e da maior empresa de energia do País, a Eletrobrás, considerada pelos engenheiros como fundamental ao desenvolvimento brasileiro.
As discussões dos seminários foram levadas ao nosso IX Conse (Congresso Nacional dos Engenheiros), realizado em de Campo Grande (MS), e, ao final de calorosos debates, ficou consignado na Carta de Campo Grande a posição contrária da FNE à privatização das empresas do Grupo Eletrobrás e a clara defesa da necessidade de mantê-las públicas a serviço do desenvolvimento da sociedade.
Foto: Arquivo/FNE
Engenheiros, ao final do IX Conse, aprovam defesa do setor elétrico nacional contra a privatização
A FNE e seus sindicatos filiados, nesta fase difícil por que passa nossa economia, têm a convicção da importância, necessidade e conveniência de que as empresas de energia continuem públicas, e, por esta razão, repudiam a iniciativa do Governo Federal, por intermédio do Ministério de Minas e Energia, de retomada do processo de privatização do setor, materializado pela inclusão no Plano Nacional de Desestatização de várias empresas distribuidoras de energia, inclusive da Celg Distribuição, uma das mais estratégicas e com maior potencial lucrativo.
Trata-se de um processo lesivo ao interesse nacional, cuja consequência será mais desemprego, mais terceirização e precarização das relações de trabalho, mais aumento de tarifa, além de redução da qualidade dos serviços prestados, com prejuízo ao desenvolvimento regional. Por isso, os engenheiros do Brasil, representados pela FNE, repudiam a privatização das distribuidoras de energia do Sistema Eletrobrás e exigem a retirada do Programa Nacional de Desestatização todas as empresas nele incluídas, como a Celg, evitando a entrega desse patrimônio da União e do povo de Goiás à iniciativa privada, cujo objetivo único é o lucro.
Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente da Federação Nacional dos Engenheiros