O consumo de mirtilo está muito associado aos benefícios à saúde humana que a ingestão da fruta traz, devido a suas propriedades nutracêuticas. “Entre os diversos benefícios, destacam-se o combate aos radicais livres causadores de doenças degenerativas, além de estar relacionado com prevenções de câncer, problemas cardiovasculares e oculares”, conta o engenheiro agronômico Ricardo Bordignon Medina, autor de um projeto que avalia o desempenho de novas cultivares de mirtileiro de baixa exigência em frio no Estado de São Paulo.
A pesquisa é desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Fitotecnia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), em Piracicaba, e tem orientação da professora do Departamento de Produção Vegetal, Simone Rodrigues da Silva.
Por ser tradicionalmente uma planta de clima frio, o cultivo no Brasil está limitado aos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais, em regiões com 300 a 1.200 horas de frio por ano e para ampliar o período de oferta da fruta, algumas mudanças na produção comercial de mirtilo são necessárias, principalmente com relação às características do material genético implantado. “Em 2010, novas cultivares de mirtileiros de baixa exigência em frio, desenvolvidas pela Universidade da Flórida, foram introduzidas no Brasil, com grande potencial para a produção precoce de frutos em regiões sem frio hibernal, o que possibilitaria um aumento significativo de renda e diversificação da produção”, conta Medina.
Pouca informação
De acordo com o pesquisador, devido à falta de informação técnica sobre o cultivo dessas cultivares nas diferentes condições edafoclimáticas brasileiras, bem como sobre as características físico-químicas de seus frutos, são necessários estudos iniciais do desempenho das mesmas em regiões com menor ocorrência de frio, como o que acontece na maior parte do Estado de São Paulo, favorecendo a diversificação da produção frutícola paulista, principalmente para pequenos produtores. “Nesses casos, em que as áreas não são rentáveis ao cultivo da cana de açúcar, os pequenos produtores priorizam a maximização da mesma, e assim podem ser beneficiados pelo cultivo do mirtilo.”
Fonte: Agência USP de Notícias