Metalúrgicos da Mercedes-Benz, em são Bernardo, realizaram novamente um protesto contra as demissões na fábrica. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o número de demitidos deve chegar a 1.800. Os mais de sete mil trabalhadores também realizaram mobilização na manhã de quarta-feira (17/8), quando caminharam da sede do sindicato até a Praça da Matriz, no Centro de São Bernardo. A Mercedes está comunicando as demissões a partir de telegramas enviados aos funcionários, desde a segunda (15).
Foto: Facebook - Edu Guimarães
Metalúrgicos protestam na manhã desta quinta-feira (18/8)
Ontem, o ato teve início com assembleia na rua lateral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, quando os trabalhadores aprovaram a disposição de luta em defesa dos empregos. No fim da passeata, a empresa entrou em contato com a representação e marcou uma reunião para o período da tarde de ontem. Os encaminhamentos da luta serão definidos a cada dia para construir a resistência.
“Ao atender a convocação do Sindicato, estamos demonstrando o espírito de luta e garra. É na solidariedade que vamos construir a resistência à altura dos ataques contra nós”, defendeu o presidente dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques. “O trabalho vai ser árduo para construir alternativas e só na luta isso será possível”, prosseguiu.
Rafael alertou que a grave crise no Brasil compromete os direitos da classe trabalhadora. “Os ataques chegam a todos os companheiros do País a partir de uma aliança retrógrada e reacionária do governo, de setores do empresariado e do setor financeiro que buscam empobrecer as condições dos trabalhadores”, destacou.
A montadora comunicou a parada total da fábrica após ter divulgado, no dia 2 último, a intenção de demitir mais de dois mil trabalhadores considerados excedentes. “A empresa tenta nos desmobilizar ao anunciar licença remunerada para toda a planta. A primeira coisa é desconsiderar cada telegrama que a Mercedes mandou”, afirmou o vice-presidente do Sindicato, Aroaldo Oliveira da Silva.
“Este ato é a primeira resposta para mostrar a nossa mobilização, organização e união para a direção da fábrica e encontrar uma alternativa negociada. Estamos todos no mesmo barco”, afirmou. “A proposta é a luta. Não vamos aceitar intransigência nem desrespeito”, continuou.
O secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, ressaltou a atitude desrespeitosa da empresa ao enviar telegramas para a casa dos trabalhadores, para comunicar a demissão. “Têm companheiros com mais de 20 anos de fábrica recebendo a notícia dessa maneira vergonhosa. São pais e mães de família sendo tratados sem nenhum respeito”, disse.
SolidariedadeO diretor de Comunicação do Sindicato, Valter Sanches, destacou a importância da solidariedade. “Estamos recebendo mensagens de apoio dos trabalhadores na Alemanha para a nossa luta em defesa dos empregos. Nós não vamos aceitar demissões”, disse.
Também prestaram solidariedade, durante o ato de ontem, representantes da CGTB e da CSP-Conlutas.
Fonte: Site dos Metalúrgicos do ABC