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25/05/2011

Mercado de terras raras devem dobrar até 2015

Grupo de 15 elementos químicos metálicos utilizados pela indústria de alta tecnologia deve dobrar de tamanho até 2015.

        Segundo estimativa da consultoria Ernst & Young, o volume movimentado pelo setor deve passar dos atuais US$ 2 bilhões a US$ 3 bilhões para uma cifra entre US$ 4 bilhões e US$ 6 bilhões até meados desta década.

        A demanda por esses elementos químicos, conhecidos também como minerais de alta tecnologia, aumenta em resposta a novos usos, como baterias de alta performance usadas em celulares e carros elétricos. Até 2014, a consultoria prevê um deficit na oferta desse grupo de elementos químicos. O caso mais preocupante é o do neodímio, usado em smartphones e turbinas eólicas, entre outros.

        A Ernst & Young estima que, em 2015, haverá um deficit de aproximadamente 10 mil toneladas de óxido de neodímio. Hoje, ele está próximo a três mil toneladas.

 

Investimentos
        As mineradoras se movimentam para atender a demanda. A Ernst & Young aponta que há 251 projetos de exploração sendo desenvolvidos por 165 empresas em 24 países - além da China, hoje responsável por 50% da produção. A maioria dos projetos está concentrada na China, mas Estados Unidos, Rússia e Canadá também têm um papel importante nessa expansão, segundo Alexandre Rangel, diretor da Ernst & Young.

        Não há projetos no Brasil. "Se o País quiser investir em tecnologia de ponta, seja na área espacial ou em eletrônicos, vai precisar olhar as terras raras como ativo estratégico", afirma Rangel.

        Apesar do aumento de produção previsto, a relação entre oferta e demanda de cada elemento químico vai depender de suas aplicações. No caso do neodímio, o deficit continuará aumentando após 2015 e chegará a 17 mil toneladas em 2020. Já o lantânio, usado na fabricação de lentes ópticas, deve sair de um deficit de aproximadamente cinco mil toneladas, hoje, para uma produção excedente de 25 mil toneladas em 2020.

 

Preço
        Os investimentos são estimulados pela alta dos preços. O óxido de neodímio, por exemplo, subiu 272% entre 2008 e 2010 em Shangai, segundo a Bloomberg. "A alta exponencial mesmo durante a crise mostra que o consumo não aumenta só por conta do crescimento da economia, mas sim por conta da mudança tecnológica", diz Rangel.

        Nas últimas décadas, as terras raras ficaram adormecidas no setor de mineração, pois o foco eram os metais básicos, como minério de ferro e níquel, devido à expansão industrial chinesa.

        Porém, mesmo com preços mais remuneradores, as grandes mineradoras continuam fora desse mercado. Elas preferem trabalhar com larga escala, e as terras raras são utilizadas em baixo volume pela indústria.

        Os projetos são tocados por mineradoras de menor porte, conhecidas como "junior companies", com o apoio de investidores.

 

(Folha de S. Paulo)
www.fne.org.br

 

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