Duas notícias aparentemente antagônicas marcam a economia brasileira na semana, segundo o Jornal da USP. De um lado, a queda de 0,96% em maio na arrecadação dos impostos e tributos federais em relação ao mesmo mês do ano passado, e que faz deste o pior desempenho para maio desde 2010. Em valores, a arrecadação foi R$ 97,694 bilhões.
Por outro lado, o mês de maio apresentou um dado positivo, ainda que tímido. A criação de empregos com carteira assinada foi positiva pelo segundo mês seguido. Foram criadas 34.253 vagas, segundo o Caged, Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho.
O setor agropecuário foi o grande responsável pelo crescimento na geração de empregos formais, com 46 mil novas vagas. Já o comércio foi o setor que mais demitiu, com mais de 11 mil baixas.
No meio disso tudo, o governo segue enfraquecido. Não conseguiu aprovar o relatório da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, onde parecia ter vitória garantida. Segundo o professor Luciano Nakabashi, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (Fearp) da universidade, analisou o cenário atual. Para ele, a incerteza política interfere negativamente na agenda econômica e a queda na arrecadação de tributos preocupa muito. Isso reflete, avalia o professor, dificuldades na retomada da produção e na geração de renda. Já o aumento de criação de vagas é ainda muito tímido, apesar de positivo, sendo ainda insuficiente para apontar qualquer tipo de mudança na economia ou o fim da recessão.
Reprodução de notícia do Jornal da USP
Comunicação SEESP