No momento em que o sindicalismo busca ampliar a sindicalização - até como resistência à reforma trabalhista - o jornal Valor Econômico publicou, nesta segunda-feira (11/09), matéria que reforça o acerto da iniciativa. A reportagem mostra os ganhos do sindicalizado.
O enfoque do jornal é o ganho econômico do sindicalizado e também o maior acesso a benefícios em salários indiretos. Está na matéria de Cristiane Bonfanti: “Em setembro de 2015, enquanto não-sindicalizados ganhavam, em média, R$ 1.675,68, os associados de Sindicatos recebiam R$ 2.237,86”. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Resiliência
Além da vantagem econômica, há outros ganhos. O consultor sindical João Guilherme Vargas Netto, há tempos, aponta o que chama de resiliência no emprego. “Posso dizer, de forma empírica, que o sindicalizado resiste mais ao desemprego”, observa. Para ele, há várias razões. “O sindicalizado geralmente integra um setor mais qualificado, é mais próximo ao sindicato, é também uma pessoa mais informada e engajada”, descreve.
Segundo ainda o consultor, embora os dados econômicos apontados pelo Valor sejam corretos, o sindicalismo não discrimina. “Não existe essa distinção entre quem é ou não é sindicalizado. A ação sindical, na prática, beneficia a todos”, observa.
Metalúrgico
O dirigente metalúrgico de Guarulhos, José Pereira dos Santos, também aponta as vantagens da sindicalização. Seu artigo, em jornal da cidade, destaca: “Para nós, não existe trabalhador de primeira ou segunda classe. O que fazemos é um esforço permanente de ampliar o quadro associativo, mesmo em meio à recessão que desemprega em massa. Em nossa Convenção Coletiva, os direitos e benefícios valem pra toda a base.”
E completa: “Neste momento em que o governo tenta nos deixar sem sustentação financeira, a sindicalização ganha importância. Eu digo que o sindicalismo traz progresso e paz social.”
Agentes autônomos
“A participação do trabalhador no sindicato sempre foi importante, pois assim ele tem muito mais condições de conhecer seus direitos. Com a reforma, o trabalhador terá que participar ainda mais do Sindicato pra evitar perdas salariais e também impedir que lhe sejam impostas condições de trabalho desfavoráveis”, ressalta Lourival Figueiredo Melo, presidente da Federação dos Empregados de Agentes Autonômos do Comércio do Estado de São Paulo (Feaac).