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20/10/2017

Mostra Internacional promove debates sobre acessibilidade e migrações

Comunicação SEESP*

Quem circula pelo eixo dos principais cinemas da capital paulista nesta época do ano percebe uma movimentação diferente. Desde quinta-feira (19/10), cinéfilos vindos de diversas partes do estado e do país circulam nas imediações da avenida paulista munidos da programação da 41º Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que vai até o dia 1º de novembro. Nesta sexta (20), o festival promove um debate sobre os desafios da acessibilidade, em relação aos conteúdos audiovisuais, após a exibição do mais recente filme da diretora japonesa Naomi Kawase, Esplendor, às 19h, no Cinesesc, na Rua Augusta, que contará tradução em libras, legenda descritiva e audiodescrição. Os conteúdos audiovisuais terão uma nova normativa (128), que entra em vigor em novembro.


Foto: Divulgação
esplendor filme mostra home
Filme Esplendor da diretora japonesa Naomi Kawase aborda a questão da acessibilidade

No filme, Misako escreve versões de filmes para deficientes visuais. Ela conhece Nakamori, um fotógrafo mais velho que, lentamente, está perdendo a visão. Quando Misako descobre as fotografias de Nakamori, essas imagens irão, estranhamente, levá-la de volta ao seu passado. Juntos, os dois vão aprender a enxergar o mundo radiante que, antes, estava invisível aos olhos dela.

Partindo do filme de Kawase, a mesa discute os desafios da implantação do novo programa de inclusão que está sendo criado no Brasil e que obrigará as salas a oferecer recursos de acessibilidade para deficientes visuais e auditivos. Para assistir ao debate é necessário ter adquirido o ingresso da sessão. Após a apresentação do filme, caso existam lugares vagos na plateia, estes serão disponibilizados gratuitamente ao público.

Edição 2017
Neste ano, a programação da Mostra destaca profissionais que contribuem com suas obras para a transformação do cinema e do mundo. Entre eles o artista plástico chinês Ai Weiwei e o cineasta francês Paul Vecchiali.

Mãos sem Corpos (Hands without Bodies) obra de Weiwei, ilustra e conduz o fluxo da 41ª Mostra Internacional de Cinema. A mão estendida está presente também no seu filme que inaugurou a programação, Human Flow - Não Existe Lar se Não Há para Onde Ir, sobre uma das questões mais desafiantes do nosso tempo: o deslocamento forçado de mais de 45 milhões de pessoas.

O drama dos refugiados também está presente em várias outras obras desta edição, como na ficção O Outro Lado da Esperança, de Aki Kaurismäki, no documentário Terra Heroica, Fronteira Queimada, de Nicolas Klotz e Élisabeth Perceval, e até no novo filme de Michael Haneke, Happy End.

Outra novidade neste ano, a Mostra traz para o público o Foco Suíça e, em parceria com a Swiss Films, com 47 títulos que de acordo com os organizadores darão uma visão privilegiada da diversidade  tanto da produção atual quanto de cineastas consagrados.

O Prêmio Humanidade vai par Ai Weiwei que além de artista plásticos é cineasta, fotógrafo e arquiteto. É ele quem assina a arte do cartaz desta edição da mostra. O mesmo prêmio também será concedido a Agnès Varda, único nome feminino por trás da Nouvelle Vague. Serão exibidos onze títulos dela, incluindo seu mais recente trabalho Visages, Villages, feito em parceria com o artista visual francês JR e vencedor do Olho de Ouro de melhor documentário no Festival de Cannes.

Neste ano, o Prêmio Leon Cakoff será entregue aos cineastas Paul Vecchiali e Alain Tanner e ao ator Paulo José. Vecchiali possui uma das carreiras mais sólidas e heterogêneas entre os cineastas franceses surgidos a partir dos anos 60. Serão exibidos oito de seus mais significativos filmes, seus longas-metragens mais recentes, além de seu novo filme, Os 7 Desertores (2017), o curta Três Palavras de Passagem (2015) e um documentário sobre a realização desse filme, Revisitando La Martine (2016), de Pascal Catheland.

Paulo José é o nome brasileiro que completa essa lista. O ator, que dedicou mais de 60 anos ---dos seus 80--- ao teatro, ao cinema e à televisão, também recebe o Prêmio Leon Cakoff. A homenagem faz parte da programação do vão-livre do MASP e conta com três longas protagonizados por ele: O Padre e a Moça (1966) e Macunaíma (1969), ambos dirigidos por Joaquim Pedro de Andrade, e O Homem Nu(1968), de Roberto Santos.

Além do circuito de cinemas comerciais, a Mostra também acontece em cinemas e espaços alternativos com ingressos mais acessíveis ou gratuitos.

Locais como Sesc Belezinho, Campo Limpo, Osasco e a primeira exibição do dia na Cinemateca Brasileira não cobram ingresso, assim como as tradicionais sessões no parque Ibirapuera e no vão-livre do Masp.

Novidade neste ano, as sessões dos curtas de realidade virtual também serão gratuitas e ocorrerão no auditório do Cinesesc.
Além disso, dando prosseguimento à parceria iniciada em 2016, a programação se estenderá ao circuito Spcine na capital, e chegará a regiões fora do centro expandido como Itaim Paulista, Grajaú e Guaianases, com entrada gratuita.

Já as sessões que ocorrem no Centro Cultural São Paulo e no Cine Olido têm ingresso reduzido —a entrada custa R$ 4 (inteira) e R$ 2 (meia). Nas sessões gratuitas, os ingressos (dois por pessoa) deverão ser retirados nas bilheterias com uma hora de antecedência.

Nos demais cinemas os ingressos custam R$20 (inteira) e R$10 (meia) de segunda a quinta-feira e R$24 (inteira) e R$12 (meia) de sexta-feira a domingo.

Veja a programação completa no site da Mostra.


*Com informações do site da Mostra.

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