Comunicação SEESP*
O segundo ato contra o aumento da tarifa dos transportes coletivos em São Paulo reuniu muita gente no final da tarde de quarta-feira (17/1). Apesar da repressão da policia que encerra com praticamente todos os atos convocados pelo Movimento Passe Livre (MPL), os manifestantes mantiveram o ato, que teve aula pública sobre a reivindicação tarifa zero. O local de concentração e o itinerário foram alterados por conta da polícia, que cercou as ruas no entorno da casa do prefeito João Dória, onde estava marcado o protesto inicialmente.
Foto: Centro de Mídia Independente (CMI)
As tarifas de ônibus, metrô e trens subiram para R$ 4 no dia 7 de janeiro. Antes disso, o MPL já havia anunciado que iria para as ruas como faz tradicionalmente desde 2003, quando surgiu o movimento. Em 2013, o MPL ganhou maior visibilidade com os protestos que levaram milhões às ruas.
Pelo fato da polícia ter fechado ruas próximas ao endereço da casa do prefeito, a concentração foi alterada para o cruzamento da Av. Faria Lima com a Av. Cidade Jardim.
Os manifestantes fecharam o cruzamento das avenidas Faria Lima com a Rebouças, reivindicando a revogação do aumento das passagens. Houve queima de catracas feitas de papelão para simbolizar o posicionamento contra as catracas.
De acordo com manifestantes, a polícia disparou bombas de gás lacrimogêneo e agrediu os participantes. Relatos dão conta de que após jogarem bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo, policiais bateram em diversos grupos de manifestantes. Um deles foi agredido por diversos policiais ao mesmo tempo. Agências bancárias foram alvo de protesto e acabaram tendo seus vidros quebrados.Um fotógrafo da Pavio, que registrou tudo acabou tendo seu equipamento quebrado pelos policiais.
"Já no final do ato comecei a filmar 4 ou 5 moleques que estavam sendo perseguidos por algumas motos da Rocam. os meninos corriam em zigue-zague, pra cima e pra baixo e davam um baile nos PMs. De repente, dois descem da moto e conseguem pegar pelo menos três dos meninos. Espancaram eles até não poder mais e do nada deixam os meninos irem andando pra correr atrás do outro que tinha conseguido escapar. esse deu trabalho pros caras. O menino corria sozinho de uma lado pro outro e os PMs com 5 ou 6 motos não conseguiam pegar o cara. Só conseguiram para-lo quando um jogou a moto pra cima do menino. Imediatamente desceram mais três ou quatro das outras motos e começaram a espancar o menino. Assim que um dos policiais olhou pro lado e percebeu que eu tinha registrado o atropelamento ele veio pra cima de mim, arrancou a câmera da minha mão e segurando pelo monopé começou a bater com ela no chão e quebra-la em vários pedaços", relatou nas redes sociais o fotógrafo Caio Castor.
O ato terminou no Largo da Batata. Manifestantes organizaram um “catracaço” (pular a catraca) na estação Pinheiros do Metrô, zona sul de São Paulo, e foram reprimidos por policiais militares.
Um novo protesto está convocado para terça-feira (23/1), às 17h, na avenida São João com a Ipiranga, no Centro da cidade.
*Com informações do MPL e Revista Fórum
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