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06/06/2018

Consultor do SEESP recebe título de Cidadão Paulistano

 

Comunicação SEESP

 

Na próxima sexta-feira (8), a partir das 19h30, será entregue ao consultor sindical do SEESP, João Guilherme Vargas Netto, o título de Cidadão Paulistano. A sessão solene ocorrerá no Auditório Prestes Maia (Plenarinho) da Câmara Municipal de São Paulo (Viaduto Jacareí, 100, 1º andar, Bela Vista, Capital), por iniciativa do vereador Eliseu Gabriel (PSB). A honraria é concedida a pessoas que não nasceram em São Paulo, mas cujos feitos foram relevantes à cidade.

 

Cientista político, João Guilherme se enquadra, e vai além. Tem dedicado sua vida à luta por um país justo e democrático, com trajetória especialmente voltada ao fortalecimento da representação e organização dos trabalhadores. Nessa direção, consagra-se como mestre da construção da unidade sindical. Analista, consultor, pensador e voz importante junto a diversas entidades, entre as quais também a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU), é considerado o maior especialista em história do movimento sindical brasileiro.

 


Trajetória

Nascido em Tombos, Minas Gerais, em 25 de dezembro de 1942, é articulista do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), da Agência Sindical, além de diversos sites e publicações ligadas ao mundo do trabalho. Vindo da direção do Partido Comunista Brasileiro (PCB), perseguido pela ditadura civil-militar, João Guilherme chegou ao movimento sindical há mais de 40 anos. Foi sócio e diretor da Oboré, empresa criada em 1978 como uma cooperativa de jornalistas e artistas que queriam colaborar com os movimentos sociais e de trabalhadores urbanos na montagem de seus departamentos de imprensa, produção de jornais e planejamento de comunicação. Aliando vasta erudição à compreensão profunda do povo e da cultura brasileira, é um arguto observador da realidade nacional e referência obrigatória ao debate qualificado sobre o País.

 

Ele presenteou o público com um pouco dessa trajetória ao receber em 2014 o prêmio Personalidade Profissional da CNTU, na categoria Excelência na gestão pública, quando emocionou a todos. “O mundo estava em greve e em Stalingrado se definia um dos futuros da humanidade, quando hordas nazistas foram cassadas. Cresci feliz em Minas Gerais. Em 1954, estava jogando bola num pátio de café quando um menino veio gritando: ‘Getúlio Vargas se matou.’ Paramos a ‘pelada’, tamanho o impacto da notícia. Em 1957, vim para o Rio de Janeiro estudar para ser engenheiro. Fui visitar minha irmã no interior e voltei de trem, o qual engavetou. Eu tinha 18 anos e comandei o salvamento. Foi quando me dei conta que era feliz, mas vivia numa redoma de vidro. Com o acidente de trem, que ocorreu por falta de conservação, descobri que existia injustiça. Entrei em crise e fiquei um ano no interior, igual a bicho do mato.” O acidente e mais os livros que foram doados à sua cidade – os quais leu todos – mudaram sua trajetória. Dali em diante, Vargas Netto iniciou sua militância por transformações sociais. “Voltei para o Rio, fui estudar matemática na Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil. Aluguei um apartamento ao lado da UNE (União Nacional dos Estudantes). Derrubamos o diretor da faculdade e fomos expulsos sem processo. Recentemente, recebi um pedido formal de desculpas da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).”

 

Exilado durante a ditadura civil-militar, ele revelou: “Sou o único dirigente da Guanabara e em São Paulo que está vivo e não está louco.” Anistiado em 1979, voltou ao Brasil e pouco tempo depois saiu do PCB. Decidiu ajudar o movimento sindical brasileiro dos trabalhadores. “Acho que só não trabalhei para a organização dos seringueiros. A maior homenagem que recebi foi da Rosa Cardoso (coordenadora do grupo dos trabalhadores na Comissão Nacional da Verdade), que disse: ‘Sou exigente, eficiente e técnica, mas quem me ensinou a amar vosso trabalho foi o João Guilherme.’”  

 

 

 

 

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