Comunicação SEESP
Nesta segunda-feira, dia 3, o SEESP recebeu em sua sede, na Capital, o candidato ao Senado Daniel Cara (PSOL-SP). Ao final, o presidente do sindicato, Murilo Pinheiro, entregou-lhe, como contribuição ao seu programa de governo, a nova edição do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, intitulada “Retomada da engenharia nacional”, iniciativa da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), à qual a entidade paulista é filiada. O SEESP realiza ciclos de debates como esse a cada pleito. Democraticamente todos os candidatos a cargos majoritários e ao Senado estão sendo convidados (acompanhe Agenda).
Coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Cara destacou a importância de discutir proposições com a categoria, “central para o desenvolvimento do País”. Ele lembrou que, a despeito disso, o Brasil forma apenas 25 mil engenheiros por ano, enquanto China e Índia graduam respectivamente 175 mil e 150 mil. “É um desafio concreto na tentativa de renovação do Parlamento”, enfatizou, colocando-se como o candidato cujo tema central é educação, ciência e tecnologia (C&T).
Segundo Cara, agraciado pelo Congresso Nacional com o prêmio Darcy Ribeiro em 2015 por sua atuação pelo direito à educação, as diversas vitórias alcançadas pela campanha que coordena junto ao Legislativo e Executivo o levaram a se dispor a seguir a luta agora dentro do Parlamento – já que não enxerga hoje espaço para a interlocução Estado-sociedade civil.
Entre as conquistas da campanha, citou a instituição do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb); a aprovação da Emenda Constitucional 59/2009, relativa à escolarização obrigatória dos quatro aos 17 anos de idade; as leis de cotas e do piso do magistério, bem como de royalties do petróleo à educação. “Esta última foi mais difícil porque enfrentou o mercado. Contudo, desde o impeachment de Dilma os recursos não estão chegando à área.” Também não estão sendo destinados 10% do PIB para a educação, conforme o Plano Nacional de Educação (PNE). “Corresponde apenas a 1,5% do Orçamento da União”, revelou.
Na sua ótica, o Brasil vinha avançando na construção de “um caminho lento, porém sólido”, o qual foi interrompido com o impeachment. Posteriormente, como observou, foi aprovada a Emenda Constitucional 95/2016 – que congela os gastos públicos sociais em 20 anos – e estão colocadas ameaças como a reforma do ensino médio. Ele lamentou a “morte anunciada da questão científica, que culminou na destruição do Museu Nacional no Rio de Janeiro (por um incêndio no dia 2), tão grande quanto mal cuidado pelos governos”.
Cara concluiu: “O cenário é bem preocupante. E o Senado será uma casa importante para a resistência.” Nessa direção, vislumbra sua candidatura como uma estratégia, além de espaço à interlocução e construção conjunta, em prol do desenvolvimento, da educação e C&T.