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24/10/2018

Sindicato promete paralisar canteiros de obras da Gafisa em São Paulo

Agência Sindical

O Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Paulo (Sintracon-SP) está mobilizando os canteiros de obras da Gafisa, uma das empresas líderes do mercado imobiliário brasileiro, contra abusos da nova direção. Na segunda-feira (22/10), o sindicato realizou assembleias em vários locais.


Imagem: Divulgação

assembleia na Gafisa divulga copy

 

 

Antonio de Sousa Ramalho, presidente do Sintracon-SP, explica que a paralisação deve atingir os 16 canteiros da Gafisa, devendo se estender até que a empresa aceite fazer mudanças na gestão.

"Um coreano chamado Mu Hak You comprou 37% das ações da empresa, assumiu o controle e começou a fazer verdadeiros absurdos contra os trabalhadores. A nova direção também está colocando em risco investimentos dos mutuários”, denuncia Ramalho.

O dirigente disse à Agência Sindical que 60% do corpo funcional da construtora em todo o País já foi demitido. “As homologações estão sendo feitas na empresa, que impôs o parcelamento do passivo trabalhista. Parcelou e não pagou, dando calote em torno de R$ 9,5 milhões”, afirma.


Ataque a direitos
O sindicalista relata que, por ordem do novo presidente do conselho, a Gafisa suspendeu direitos trabalhistas, como vale-alimentação, plano de saúde e seguro de vida. Entre os cortes, está um acordo de redução da jornada para 40 horas e outros benefícios. Há irregularidades também no recolhimento do INSS, Fundo de Garantia.

"O coreano é um especulador financeiro, que não sabe como as coisas funcionam no setor produtivo. Ele quer que os empregados trabalhem até 16 horas, sem pagar hora extra. Pretende transferir a sede de São Paulo, perto do Shopping Eldorado, para um galpão em São Caetano do Sul, que é um depósito de ferramentas sem condição alguma", destaca.


Antonio de Sousa Ramalho alerta que a Gafisa suspendeu pagamentos a fornecedores de produtos e serviços, incluindo vencimentos referentes a terrenos. A empresa suspendeu ainda as obras de um empreendimento em Osasco, no qual 60% das unidades já estão vendidas, prejudicando os compradores e abrindo possibilidades para distratos.

"A empresa deixa de pagar empreiteiras, que não têm como honrar os salários dos trabalhadores. Já acionamos o Ministério Público Federal, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), entre outros órgãos responsáveis pelo mercado imobiliário. O importante é preservar salários e direitos", diz.

Atualmente, a Gafisa tem 2.500 trabalhadores diretos nos 16 canteiros em atividade na Capital. Sexta (26), o Sintracon-SP está organizando uma passeata pela Marginal Pinheiros até o escritório da companhia.



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