Soraya Misleh*

Apesar da forte chuva na Capital na última sexta-feira (15), aproximadamente 40 mil servidores públicos municipais em greve participaram de ato em frente à Prefeitura de São Paulo. Os engenheiros estiveram presentes. A atividade integrou calendário de lutas pela revogação da Lei 17.020/2018. Essa amplia a contribuição previdenciária dos trabalhadores da Prefeitura de 11% para 14%. Com isso, elevam-se as perdas, uma vez que desde 2003 o reajuste salarial tem sido de apenas 0,01% ao ano. Como tem enfatizado os profissionais, a valorização dos trabalhadores é inseparável da batalha crucial por serviços públicos de qualidade. O contrário do que a administração municipal apresenta à sociedade.

Foto: Página Servidores em Luta / Periferia em Movimento

Mobilização em frente à Prefeitura, debaixo de chuva.

Ao invés de abrir negociação com os servidores – paralisados desde 4 de fevereiro –, o prefeito Bruno Covas pressiona o movimento. Como denunciado durante o ato de sexta-feira, mandou cortar o ponto dos grevistas e considerar os dias parados como “faltas injustificadas”. O tiro, contudo, até o momento, tem saído pela culatra. É o que aponta Margarida Prado Genofre, coordenadora do Fórum das Entidades Sindicais dos Servidores. Segundo ela, quanto mais ameaças, mais o movimento cresce. “Chefias resolveram cruzar os braços depois disso.” Em algumas regiões da Capital, segundo servidores, a greve alcança quase 100%.

“A luta continua!”, reiteraram os servidores durante o ato. Ao final, eles saíram em caminhada até a Secretaria Municipal da Saúde e entoaram paródia a marchinha de Carnaval: “Ô Covas, revoga a Sampaprev senão a greve não para.” Nova assembleia está marcada para esta terça-feira (19), às 14h, em frente à Prefeitura de São Paulo.

*Com informações de Periferia em Movimento