Mais uma vez objeto de projeto de lei que prevê a sua extinção, a Dersa vem sendo referida pelos meios de comunicação como “foco de corrupção” do governo paulista, a exemplo de matéria publicada na Folha de S. Paulo na terça-feira, 4 de junho. A atual narrativa sobre a companhia despreza o histórico de importantíssimas obras realizadas ao longo de décadas, além de seu trabalho fundamental em projetos e especificações técnicas que se tornaram referência no Brasil.
Esse legado foi construído por técnicos competentes e comprometidos com o bom desempenho da empresa, o desenvolvimento do Estado de São Paulo e a segurança dos usuários. Esse contingente de profissionais sérios e capacitados nada tem a ver com eventuais desvios que são de responsabilidade de pessoas externas aos quadros da Dersa e nomeadas por dirigentes políticos. Esses indivíduos, como é de conhecimento público, estão hoje sob investigação e devem ser exemplarmente punidos pelos atos ilícitos que cometeram.
Para além dos processos em curso na Justiça, seria salutar que fosse aprovada a proposta de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa de São Paulo para que, antes do anunciado fim da companhia, os cidadãos paulistas pudessem ter pleno conhecimento dos episódios que hoje minam a reputação da Dersa e, injustamente, ameaçam manchar a carreira de seus mais de 460 empregados, entre os quais 75 engenheiros extremamente qualificados.
São Paulo, 5 de junho de 2019
Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (SEESP).