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14/04/2020

Engenharia da GM realinha produção para conserto de respiradores

No Brasil, diversas ações estão sendo realizadas pelas empresas, como a da General Motors no conserto de respiradores

 

Rosângela Ribeiro Gil
Oportunidades na Engenharia

 

Uma “força-tarefa”, como foi definida ação liderada pela montadora General Motors, iniciou os reparos de respiradores, na primeira semana de abril, para auxiliar os hospitais no tratamento de pacientes graves da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Até o dia 6 último, foram consertados 37 aparelhos, de 91 recebidos. “Estamos realizando os reparos nas nossas instalações em Gravataí (RS), Joinville (SC), São Caetano do Sul (SP), São José dos Campos (SP) e Indaiatuba (SP). Mais de 65 empregados da GM voluntários estão envolvidos no processo e mais serão convidados a se juntar ao grupo conforme a demanda crescer”, afirma Carlos Sakuramoto, gerente de Inovação da Engenharia de Manufatura da GM América do Sul.

 

600 GM respiradoresVoluntários consertam respiradores nas instalações da GM no Brasil. Crédito: Divulgação | General Motors. 

Segundo informações da GM, foram mapeados mais de três mil respiradores que não estão em operação. Este número pode ser ainda maior. O objetivo é consertar 100% dos aparelhos fazendo a logística de buscar nos hospitais, levar até uma fábrica mais próxima, consertar com a mão de obra técnica voluntária treinada e, depois de funcionando, o equipamento retorna para o hospital de origem.

 

Na entrevista a seguir, Sakuramoto explica como a área de engenharia da montadora teve de reinventar, em pouco tempo, a linha de produção original de automóveis para atender à demanda emergencial da sociedade no enfrentamento à pandemia. Formado engenheiro mecânico-aeronáutico pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), mestrado e doutorado em Administração de Empresas pela Fundação Getulio Vargas, sendo este último com êfase em Sistemas Dinâmicos e Redes Neurais para tomada de decisões, o profissional tem larga experiência em projeto e desenvolvimento nas áreas de engenharia do produto e de manufatura.

 

Até o fechamento deste texto, em 13 de abril, a Covid-19 já havia matado mais de 1.200 pessoas no Brasil e casos confirmados de contaminação já passavam de 22 mil. E, no mundo, a pandemia já contabilizava mais de 100 mil mortes e cerca de dois milhões de infectados.

 

Como está sendo estruturada essa ação da GM e em quais unidades da montadora no País?
Carlos Sakuramoto –
A GM, por meio da gerência de tecnologia e inovação, está liderando a força-tarefa que está consertando os respiradores inoperantes no Brasil para o combate à Covid-19. Entre os 33 pontos de reparos da força-tarefa de conserto de respiradores, cinco são instalações da GM: fábricas de São Caetano do Sul e São José dos Campos, em SP, fábrica de Gravataí no RS e fábrica de Joinville em SC. Além do Campo de Provas em Indaiatuba (SP). A montadora está colocando todo o seu expertise, recursos e força de trabalho técnica voluntária à disposição das autoridades.

 

editado Carlos GMO engenheiro Carlos Sakuramoto coordena trabalhos, na GM, para manutenção de respiradores. Crédito: Divulgação | GM.O senhor informou que está sendo feito um treinamento virtual do corpo técnico voluntário. Quem participa dessa atividade?
Todos os técnicos voluntários que estão consertando os respiradores foram treinados previamente pelo Senai [Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial], por meio do curso de manutenção de equipamentos médicos, com ênfase em ventiladores pulmonares. Os treinamentos foram online.

 

Como será feito esse reparo dos respiradores dentro das unidades da GM e com que tamanho de equipe e profissionais? Qual adaptação da linha de produção?
Os reparos estão sendo realizados nas áreas de manutenção das unidades da GM. Foram feitas adaptações, principalmente no que diz respeito à biossegurança, com área de desinfecção e quarentena, por exemplo. Hoje, temos pouco mais de 65 voluntários da GM trabalhando no conserto, e poderemos ter mais, conforme a demanda aumentar.

 

O senhor poderia nos informar quais as modalidades de engenharia da GM envolvidas nesse esforço adicional?
A maioria dos voluntários é composta por engenheiros e técnicos em eletrônica, elétrica e mecânica.

 

Como o senhor avalia o papel da engenharia, ou a reinvenção dela neste momento?
Avalio como fundamental, pois uma das principais características da engenharia é a capacidade de transformação e materialização de ideias, por meio da aplicação do conhecimento científico.

 

Neste momento, a engenharia, em todo o mundo, está pesquisando, desenvolvendo, fabricando e fornecendo “armas e munições” para que toda área médica consiga combater o novo coronavírus. Criando, fabricando e reparando respiradores pulmonares. Impulsionando a indústria de medicamentos com novos equipamentos e máquinas tanto para pesquisa de novas vacinas, como para aumento da produção de medicamentos e equipamentos de proteção individual, entre outras.

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