Ciência, tecnologia e inovação como eixo estruturante do desenvolvimento do Brasil. Essa é a tônica do novo plano estratégico do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação apresentado ontem.
A estratégia para os próximos quatro anos será baseada em cinco eixos de sustentação: promoção da inovação; novo padrão de financiamento público para o desenvolvimento científico e tecnológico; fortalecimento da pesquisa e da infraestrutura científica e tecnológica; formação e capacitação de recursos humanos e os Indicadores da Estratégia Nacional da Ciência e Tecnologia e Inovação (ENCTI).
O texto foi discutido com os novos conselheiros e prevê quais devem ser as prioridades do ministério, os planos de ação e onde investir os recursos previstos no Orçamento. Alguns dos conselheiros, no entanto, reclamaram da falta de valores dos projetos. "Faltou clareza nos expoentes orçamentários em alguns planos", disse o presidente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Pedro Passos. Em resposta aos questionamentos, Mercadante disse que não haverá problemas com o Orçamento. "Não irá faltar verba para bons projetos."
Mercadante ressaltou a importância de desenvolver, no País, ciência de ponta e qualidade, investindo na capacitação, formação de recursos humanos e trazendo ao Brasil os melhores cientistas para desenvolver estudos aqui. "O pesquisador sênior terá R$ 14 mil por mês para desenvolver seu projeto, além de R$ 50 mil para a montagem do laboratório", explicou.
Dentre os planos do ministério para os próximos anos está o lançamento de um satélite geoestacionário que levará banda larga para a Amazônia. Ainda nos planos para internet, a pasta pretende atingir, até 2014, 900 municípios com internet. Na área de tecnologia da informação, a Ceitec, empresa pública de fabricação de chips, será o carro-chefe.
"Inicialmente, a fabricação [de chips] dará destaque para a agroindústria, principalmente na pecuária", disse. Mercadante também destacou a importância do desenvolvimento de games no Brasil. "Atualmente, a indústria de games gera R$ 640 milhões, mas, no Brasil, não há nada sendo produzido. Precisamos trazer esse mercado para o País", completou.
A área de defesa também entrou no texto, com planos de investimento nos laboratórios do Exército, da Marinha, da Aeronáutica e, principalmente, na Agência Espacial Brasileira (AEB). "Em 2013, vamos lançar dois foguetes brasileiros e podemos lançar um terceiro se conseguirmos acelerar as obras." Os investimentos na área aeroespacial devem ser impulsionados, nos próximos dez anos, com a previsão de fabricação e o lançamento de mais de nove satélites.
(Agência Brasil)
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