Comunicação SEESP
A Telefônica/Vivo não apresentou proposta de reajuste salarial, e nem dos demais itens econômicos, durante rodada de negociação, ocorrida em 17 de agosto último. No encontro, os representantes da empresa alegaram que a conjuntura econômica atual foi impactada negativamente pela pandemia de Covid-19, prejudicando os resultados da operadora de telefonia. O sindicato realizará nova reunião de negociação com a empresa na sexta-feira (11/9). A expectativa é que a proposta avance efetivamente de forma compatível com sua real situação no mercado de telecomunicações do País.
Além de nenhum tipo de reajuste, indicou as seguintes premissas para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2020/2022:
ACT 2020/2022
- manutenção do acordo vigente por dois anos (2020/2022) sem reajuste;
- adiantamento do 13º salário, conforme legislação;
- plano médico: operadora única para os novos empregados (Grupos 1 e 2);
- exclusão da cláusula homologação;
- discussão do prazo de compensação do banco de horas (horas débito/crédito geradas no período de vigência da MP 927).
PPR 2020
- fechamento do quadro de indicadores e assinatura do acordo antes do encerramento do exercício (considerando as projeções atuais, devido à perspectiva de melhora do cenário econômico, é possível que a meta mínima do exercício seja atingida);
- não haverá adiantamento do PPR em 2020, e o pagamento, dependendo do resultado, será em março de 2021.
O SEESP formalizou, a partir de ofício à Telefônica/Vivo, que não concorda com as premissas apresentadas, de negociação do acordo de 2020 dos engenheiros. “Não é possível aceitar índice zero de reajuste, por dois anos, dos salários e benefícios de caráter econômico da categoria na empresa. Isso é inadmissível, frente ao lucro acumulado de R$ 2,27 bilhões da Telefônica/Vivo no primeiro semestre de 2020. Afinal, redução de lucro não pode ser caracterizada como prejuízo”, diz um trecho do boletim enviado aos engenheiros da empresa.
Como destacou o mesmo boletim, as demais negociações do SEESP com empresas privadas em 2020, com destaque para as que, a exemplo da Telefônica/Vivo, exercem atividades classificadas como essenciais, têm obtido pelo menos o índice inflacionário de forma retroativa à data-base: “O SEESP não concorda com nenhuma precarização de conquistas históricas da categoria, com destaque para: retrocesso na forma de pagamento do 13º salário, que passaria a seguir estritamente o estabelecido na lei; adoção de uma única opção de plano médico, entre os atuais, o de menor qualidade, para os futuros empregados; e fim da obrigatoriedade de realização da homologação no sindicato”.
Em relação ao PPR de 2020, o SEESP também se posiciona contrário uma vez que o calendário apresentado não consta previsão de pagamento do adiantamento para este ano.