O professor da Escola Politécnica da USP, Paulo de Mattos Pimenta, será o primeiro brasileiro a participar de um workshop do Mathematisches Forschungsinstitut Oberwolfach, que reúne os principais pesquisadores do mundo nessa área.
O professor Paulo de Mattos Pimenta, do Departamento de Engenharia de Estruturas e Fundações da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), foi convidado pela instituição alemã Mathematisches Forschungsinstitut Oberwolfach, para participar do Workshop de Inovação em Engenharia Computacional, a ser realizado dos dias 12 a 18 de fevereiro, na Alemanha. O convite para participação desses workshops é feito aos melhores 50 pesquisadores de todo o mundo na área e, pela primeira vez, o evento terá a participação de um engenheiro brasileiro. "É uma honra muito grande, para mim e para a Escola Politécnica", afirma o pesquisador.
Pesquisadores dos Estados Unidos, Japão, China, Índia, Coreia, de vários países da Europa, como Itália, Espanha, Reino Unido, e da própria Alemanha, entre outros, vão discutir o futuro da Engenharia Computacional. "O objetivo do workshop é discutir novas linhas de pesquisa e inovação que vão se abrir para a Engenharia Computacional no mundo", afirma.
A Engenharia Computacional é diferente da Engenharia de Computação, campo no qual se trabalha no desenvolvimento do próprio computador. "Dentro das engenharias, a Engenharia Computacional é uma área bastante científica e é horizontal. Atravessa todas as outras engenharias, pois lida com a simulação de processos em computador", explica.
O Mathematisches Forschungsinstitut Oberwolfach, que realiza o workshop, está instalado no meio da conhecida Floresta Negra, no estado do Baden-Württemberg, na Alemanha. Foi fundado em 1944, com foco nas pesquisas mais avançadas em matemática. Recebe pesquisadores líderes de várias partes do mundo - cerca de 60% dos cientistas que desenvolvem pesquisas no Instituto são estrangeiros.
Financiada pelo governo alemão, a instituição também conta com o apoio de outras instituições, como a Fundação Volkswagen, que ajudou na construção da infraestrutura para abrigar os cientistas, da National Science Foundation (EUA), da Europe Science Foundation e da União Europeia, entre outros. É membro da The Leibniz Association, que reúne 86 institutos de pesquisas alemães para prover infraestrutura de pesquisa científica e serviços para os setores privado, público e acadêmico.
Pimenta acredita que o convite para participar do workshop se deve ao seu intenso trabalho de pesquisa junto a várias instituições internacionais. Formado em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da USP, onde também fez mestrado em Engenharia de Estruturas, o engenheiro partiu para o exterior em 1978, fazendo doutorado em Engenharia Aeroespacial no Institut Für Statik Und Dynamik Der Luft Und Raumfahrtkonstruktionen, da Universidade de Stuttgart.
Durante os anos 1980, 1990 e 2000, fez vários pós-doutorados em instituições de diversos países. Atualmente, ele é professor visitante da Universidade Técnica de Lisboa, da Universidade Leibniz de Hannover e da Universidade de Stuttgart. Também participa do conselho editorial de quatro revistas internacionais, como a Computational Mechanics, da Springer, e é revisor de mais de 12 periódicos internacionais.
Além da experiência em universidades, Pimenta já atuou como engenheiro nuclear, ocupando cargo de chefia na Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen). Também foi presidente da Associação Brasileira de Mecânica Computacional (ABMEC) de 2000 a 2004. Hoje pertence ao conselho da instituição. Atualmente preside e organiza o 10º World Congress on Computational Mechanics (www.wccm2012.com), que será realizado no Brasil este ano e vai reunir os maiores especialistas do mundo em Mecânica Computacional.
(Ascom da Poli-USP)
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