logo seesp ap 22

 

BannerAssocie se

19/04/2022

Especializações habilitam profissional de engenharia a vagas em TI

Engenheira mecânica de formação, a headhunter Isis Borge dá dicas de cursos e especializações de TI para os profissionais da área. 

 

Rosângela Ribeiro Gil
Oportunidades na Engenharia

Todos já ouviram que o mercado de trabalho está carente de trabalhadores na área de tecnologia de informação (TI) que sabem aliar estratégias a habilidades técnicas. A pandemia do novo coronavírus acelerou o ritmo de adaptação das empresas aos avanços tecnológicos para garantirem, inclusive, chances de sobrevivência, expansão e modernização. As adaptações não param e exigem investimentos para aumentar a eficiência, a produtividade e, por consequência, a competitividade. Nesse sentido, é fundamental contar com os profissionais de tecnologia certos, para desenvolverem soluções adequadas ao mercado e que garantam o diferencial de uma empresa.

 

Na corrida pelo destaque, existem alguns perfis profissionais que são mais procurados — e melhor remunerados também. Para compreender melhor esse mercado em relação à engenharia, o Oportunidades na Engenharia, área do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (SEESP) de orientação à carreira, entrevistou a diretora associada da Talenses, recrutadora especializada em profissionais em posições de liderança, a engenheira Isis Borge Sangiovani.

Isis news 2022A headhunter Isis Borge orienta engenheiros a fazerem cursos de especializações em TI se quiserem atuar na área. Crédito: Acervo pessoal.

 

Hoje o mundo profissional está povoado de expressões e siglas, principalmente em inglês, relacionadas às posições tecnológicas digitais – de developers front end e back-end a head cyber security. O/a profissional de engenharia está habilitado/a para concorrer a essas posições? Por quê? E como estar nessas posições sem aviltar a valorização da profissão?
Diria que sem uma especialização na área de TI o profissional de engenharia não está apto a concorrer a essas vagas. No entanto, o mercado de TI é bem mais democrático que o de engenharia, no sentido que não se exige cursos de graduação específicos, e sim especializações. Existem cursos de seis meses a um ano e meio no mercado que já habilitam um profissional advindo de qualquer área a trabalhar nessas vagas de TI. Os engenheiros, de uma forma geral, têm vantagens por terem uma boa base lógica e de matemática e estatística e têm uma maior adaptabilidade e velocidade de aprendizado. 

 

Tem algumas escolas com bons cursos para quem quer iniciar na área como a Digital House, Alura, Udemy, Cod3R, W3chools, freeCodeCamp, Origamid, Danki Code, Rocketseat, DevPleno, Collabcode dentre outras. Vale a pena conferir e ir se inscrevendo nos cursos. Algumas plataformas tem programa de assinatura e acesso ilimitado aos cursos, tem algumas com cursos gratuitos, é interessante escolher um foco dentro de TI e ir se especializando.

 

Em muitos anúncios de vagas que envolvem TI, programação e tecnologia da informação e comunicação (TIC), as engenharias também são relacionadas entre as formações solicitadas para a vaga, mas não especificamente. Como headhunter, e sendo engenheira de formação, como você avalia essa movimentação do mercado e como a engenharia pode se fazer presente e protagonista?

Observo muitos engenheiros migrando para áreas de TI, e vejo esse movimento com bons olhos. Vejo com mais frequência engenheiros eletricistas se interessando pela área, mas qualquer engenharia dá uma boa base para que o profissional consiga se desenvolver bem e se destacar nas áreas de tecnologia. Mas vale ressaltar que é importante fazer especializações nas áreas de tecnologia almejadas e obter certificações importantes para atuar na área. Seriam cursos, por exemplo, em linguagens de programação como iOS, python, HTML5, CSS3, JS, NodeJS, bootstrap, react, algoritmos de uma forma geral ou cursos em UX, UI. [Confira quadro nesta página]

 

Glossário tecnológico
User Experience (UX) - UX significa user experience ou, em português, “experiência do usuário”. 

User Interface (UI) - UI significa user interface, em português, “interface do usuário”. UI Designer cuida daquela parte em que o usuário interage com um site (no caso do web design), layout ou produto. 

iOS - É um sistema operacional móvel da Apple Inc. desenvolvido originalmente para o iPhone, iPod Touch e o iPad até a introdução do iPadOS em 2019, um sistema derivado do iOS. 

Python - É uma linguagem de programação voltada para o alto nível. Esse tipo de estrutura geralmente é classificado como orientada a objetivos. Isso significa que é uma categoria de programação com foco em controle e estabilidade em projetos de grandes proporções.

Interessante perceber como o mercado também vem criando posições que levam o nome da engenharia, como, por exemplo, engenharia de dados, engenheiro Front-End, Engenheiro de Back-End, Engenheiro de DevOps, mas sem especificar, para essas funções, a formação de engenharia. Como entender tudo isso, Isis, e como garantir que o profissional da área também participe desses processos?
O nome “engenheiro” nessas vagas é uma nomenclatura de mercado para o tipo de atuação, mas as formações são bem variadas, usualmente em exatas como engenharia, análise de sistemas, matemática, estatística etc. Reafirmo: ser engenheiro apenas não prepara para essas funções, o que vai contar é a experiência de atuação e especializações específicas nessas áreas. 

 

Em quais outras carreiras em tecnologia da informação, o/a engenheiro/a está habilitado também, em sua opinião? Como arquiteto de redes, ciência de dados, desenvolvedor mobile, gestão de tecnologia da informação, jogos digitais, programador web etc.? Você especificaria modalidades da engenharia, ou todas podem ter interface com essas posições tecnológicas?
Reafirmo que o engenheiro tem aptidão para trabalhar em qualquer uma dessas frentes de posições, mas precisa ir além do curso de engenharia. É preciso também fazer cursos específicos voltados para uma ou mais dessas áreas de interesse.

 

A engenharia está num processo, mesmo se mantendo em funções mais tradicionais, de reinvenção, mas sem significar o aviltamento profissional?
Entendo que sim, o mundo está acelerado nos temas de transformação digital e inovação de uma forma geral e as carreiras de engenharia mais tradicionais também vão se adaptando a todas essas mudanças. Mas isso também não significa que os engenheiros sairão das atuações mais tradicionais, é importante frisar isso. O que coloco é que a formação na nossa área abre um horizonte diversificado de atuação. É uma área em constante mudança que merece a atenção dos engenheiros. E são áreas e atuações profissionais, sem sombras de dúvida, ligadas também ao desenvolvimento de uma sociedade. O que era analógico, vamos dizer assim, está assumindo uma interface digital.

 

Por fim, nesse mundo tecnológico que não para de se transformar, agora, inclusive, com o metaverso, qual o conselho da engenheira Isis Borge aos/às engenheiros/as que estão entrando no mercado e que estão em transição de carreira por necessidade ou por opção?
Uma ideia muito interessante é cogitar o mercado de TI. Um engenheiro formado que queira estudar cursos voltados à TI, e existem muitos disponíveis no mercado, em pouco tempo estará habilitado a trabalhar na área. Por exemplo, se buscar estudar algum algoritmo pode trabalhar como desenvolvedor com facilidade. E o mundo de tecnologia, diferentemente de outros mercados, tem poucas barreiras para novos entrantes.

 

Algumas profissões de TI em alta

Gestor de projetos

Quem atua no mercado corporativo sabe que, cada vez mais, os projetos são integrados. Isto é, existem profissionais de diversas especialidades trabalhando em conjunto. A busca é por profissionais que tenham um conhecimento geral do mercado de tecnologias de informação e de gestão para integrar essas equipes, respeitando os prazos e os orçamentos.

 

Arquiteto de TI

Um arquiteto de TI tem uma habilidade ampla e muito requisitada, podendo ser de um especialista em armazenamento de arquivos na nuvem (cloud computing) a softwares.

 

Programador

O cargo de programador está sempre as posições mais procuradas pelas empresas. Essa demanda continua crescendo, já que agora esse conhecimento abraça novas áreas — como o mobile (graças aos smartphones e tablets) e os sistemas orientados à internet das coisas.

 

Business intelligence

A área de business Intelligence (BI) e das ferramentas analíticas é outra que continua com alta demanda. A preferência das empresas, nesse caso, é por profissionais que consigam traduzir padrões e tendências em inteligência para ser aplicada dentro das organizações.

 

Ao atuar nesse ramo, seu trabalho envolve coleta, organização, análise, compartilhamento e monitoramento de informações que sejam úteis à gestão de negócios. Sua missão é transformar dados brutos em informações de análise, identificando novas oportunidades e criando vantagem competitiva.

 

Big data

A área de big data está sendo integrada a praticamente todos os tipos de negócio. Se você ainda não está por dentro do termo, big data nada mais é do que o volume de dados gigantescos que impacta os negócios no cotidiano. Hoje em dia, todas as interações que as pessoas fazem com meios eletrônicos — de pagamentos a download de aplicativos — geram dados.

 

Help desk

O suporte e o atendimento ao cliente são fundamentais para qualquer empresa e provavelmente continuarão na lista das maiores demandas por muito tempo. Na atualidade, essa necessidade se torna ainda maior, pois os consumidores não vão mais às lojas para resolver problemas com um software, por exemplo. Da mesma forma, os call centers estão dando lugar ao suporte online. Com isso, a procura por profissionais especializados em suporte a aplicativos, softwares e plataformas web continua em crescimento.

 

Administrador de banco de dados

Os especialistas em database são responsáveis por cuidar da gestão, do armazenamento e da segurança de todas as informações presentes em uma empresa. Antigamente, isso era feito por meio de armários com arquivos; hoje, tudo é digital.

 

Desenvolvedor web

O desenvolvedor web é o profissional responsável por desenvolver sites, softwares voltados para a internet e até mesmo intranet (redes para uso interno dentro das empresas e organizações). Esse profissional pode ser tanto um web designer — trabalhando no desenvolvimento do layout — quanto um web developer — atuando como desenvolvedor de sistemas. Ou seja, se você escolher essa profissão, poderá criar páginas simples até redes sociais e plataformas de e-commerce.

Fonte: Una Blog

 

 

Lido 3206 vezes
Gostou deste conteúdo? Compartilhe e comente:
Adicionar comentário

Receba o SEESP Notícias *

agenda