João Franzin*
O sindicalismo se firma no tripé emprego, salário e condições de trabalho. Mas nada impede que também se engaje nas lutas sociais e cidadãs, como, por exemplo, o combate ao custo de vida, que afeta duramente a vida do povo, especialmente a parcela mais pobre dos brasileiros.
Em Guarulhos, dia 29 de abril, houve protesto junto a hipermercado. O ato foi puxado pelo sindicalismo, que agora busca agregar associações e outras forças sociais, a fim de que os atos evoluam exatamente para movimento. O ato obteve forte repercussão na imprensa local.
Se o Sindicato, por uma razão ou outra, não puder puxar o movimento, poderá ajudar concretamente de outras formas. Por exemplo:
. Liberar a sede para reuniões do movimento.
. Ceder carros de som para as convocações do movimento.
. Abrir suas redes sociais para os porta-vozes do movimento contra a carestia e também informar sobre reuniões, atos etc.
. Ajudar na confecção de panfletos, cards e outros materiais de comunicação/divulgação.
. Ir com integrantes do movimento a portas de fábrica dialogar com os trabalhadores e explicar por que combater a carestia.
Enfim, há muitas formas.
Vou falar de uma das minhas experiências nessas lutas mais gerais, fora das quatro linhas do campo sindicaleiro.
Nos anos 80, não havia locais de reunião no Centro de Americana. Exceto no Sindicato dos Têxteis. Pois bem. Abrimos o auditório de 200 lugares para uso de entidades sindicais, estudantis, movimento negro, reunião de mulheres, encontros de aposentados etc. Até sessão de pintura mediúnica aconteceu no local.
Com isso, o Sindicato pôs à disposição da sociedade um espaço adequado a reuniões, cedeu seu auditório para debates e campanhas, além do que passou à sociedade uma mensagem de que era uma entidade ampla e democrática.
A sociedade atual não tem a organicidade daquela dos anos 80. Movimentos, como o de mulheres e das associações, perderam força. O apoio sindical à luta contra a carestia ajudará o povo necessitado e também poderá colaborar pra reforçar os movimentos de mulheres, donas de casa e associações.
Por que não, companheiro?
*Jornalista e coordenador da Agência Sindical.