Soraya Misleh/Comunicação SEESP
Passo importante na luta em defesa do saneamento público foi dado no dia 31 de maio último. Na data, foi lançada na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) a Frente Parlamentar contra a Privatização da Sabesp, sob coordenação do deputado Emidio de Souza (PT). Representado pela presidente de sua Delegacia Sindical em Sorocaba e engenheira da empresa, Fátima Aparecida Blockwitz, o SEESP esteve presente.
No ensejo, ela destacou que a venda da Sabesp à iniciativa privada poderá significar perda de empregos e tecnologia ao Estado e ao País, como se verificou em outros países, como Argentina. Empresas estrangeiras, aponta, ao comprar uma empresa como essa, passariam a trazer técnicos de seus países, além de materiais, com consequências para também para a indústria nacional.
Blockwitz enfatizou ainda, no ensejo, que a Sabesp é a maior empresa de saneamento da América Latina e a quinta do mundo. “Sua capacidade e conhecimento técnicos são referência. O governo deveria pensar em sua ampliação, não em vender. O SEESP é parte desta Frente, está totalmente contra a privatização da Sabesp”, defende.
Manifesto
A Frente Parlamentar, formada na Alesp, salienta em manifesto que “reconhece o papel primordial da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo na oferta de água e esgoto tratado ao conjunto da população paulista”. A iniciativa, como prossegue no documento, “congrega deputados estaduais, parlamentares de nível federal, vereadores, lideranças de movimentos sociais e cidadãos interessados para atuarem, de forma suprapartidária, na defesa da Sabesp enquanto empresa pública sob controle acionário do Estado de São Paulo, posicionando-se, portanto, contra qualquer projeto de privatização da companhia”.
A Sabesp, também como descrito no manifesto, “atende 28,4 milhões de pessoas em 375 dos 645 municípios paulistas”. Ou seja, “65% da população do Estado”. Dadas as carências na oferta dos serviços em várias regiões, a Frente considera “primordial a presença de uma empresa fortemente comprometida com o interesse público como a Sabesp para cumprir os objetivos estabelecidos [no Marco Civil do Saneamento, relativos à universalização]”.
O manifesto lembra ainda que a companhia saudável financeiramente – em meio à pandemia, seu lucro foi de R$ 2,3 bilhões, “um aumento de 173% em relação ao ano anterior”, segundo dados oficiais. Portanto, não haveria justificativa plausível, nem mesmo do ponto de vista econômico, para a privatização.
A importância do saneamento público universal, com ênfase para os efeitos danosos da intenção de se privatizar a companhia, objeto da campanha “Sabesp eficiente, saúde para o povo paulista”, foi o tema do programa No Ponto com Murilo Pinheiro – presidente do SEESP –, realizado em 26 de maio último, com a participação do engenheiro sanitarista e consultor Ronaldo Costa e Silva.
Confira aqui o Manifesto contra a Privatização da Sabesp.
Assista ao lançamento da Frente Parlamentar na íntegra: