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05/09/2022

Manifesto da CNTU no 7 de setembro de 2022

Por uma nova democracia e soberania nacional a serviço da vida e do progresso social

 

 

A CNTU (Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários), entidade que há 15 anos reúne federações e sindicatos de trabalhadores universitários, representando 2 milhões de profissionais em sua base, vem a público neste 7 de setembro se manifestar e se solidarizar com os movimentos populares do país a favor de uma nova democracia e soberania nacional, a serviço da vida e do progresso social.

 

Em sua luta pelas melhores condições de trabalho, renda e vida para todos, a CNTU está ativa na busca da combinação de democracia real, desenvolvimento sustentável socioambiental, valorização do trabalho, direitos humanos e soberania nacional.

 

Dessa forma, mais uma vez se prontifica a contribuir com o fortalecimento das instituições democráticas, como herdeira de um pensamento político e de uma ação que perpassam 200 anos de caminhada pelas liberdades e construção de uma nação decente.

 

Desde 2011, a CNTU vem organizando amplos debates do “Brasil que Queremos” por ocasião das comemorações e reflexão crítica do Bicentenário da Independência e dos 100 anos da Semana de Arte Moderna, para o qual criou e animou o projeto Brasil 2022.

 

Conseguiu desenvolver essa iniciativa pois os seus dirigentes encontram-se ancorados no apoio e colaboração de seu singular e inédito “Conselho das 1.000 Cabeças”, formado por lideranças de várias áreas do conhecimento, bem como numa rede de entidades parceiras, a Rede Brasil 2022. 

 

A CNTU é uma das vozes persistentes no cenário político e sindical em apontar a importância de unir forças sociais e culturais para construir uma convergência política de diálogo social para um salto no nosso desenvolvimento, neste momento de inflexão histórica.

 

“2022 o ano que o Brasil vai mudar de pele” é uma aposta que a CNTU faz há alguns anos.  No entanto, chegada a data simbólica dos 200 anos de referência da constituição da nação brasileira, o 7 de setembro expressa o agravamento das contradições em que a sociedade está imersa.

 

Estamos vivendo um momento crucial com impasses e encruzilhadas por todos os lados, acentuadamente na organização política, econômica, social, trabalhista, sanitária, educacional, científica, tecnológica, ambiental e cultural, devemos atuar com a certeza de sermos capazes de construir caminhos de esperança e transformação.

 

A situação presente de grande aceleração entrópica, no Brasil e no mundo, requer atenção, combinando-se cuidado com a vida, ousadia no pensamento e ação para mudar o rumo da marcha humana, exigindo o esforço para elaborar e implementar um novo conceito de progresso, em que a pluralidade cultural, científica e tecnológica pode muito colaborar.  

 

Não se trata mais de deixar os problemas e encaminhamentos apenas para uma elite ilustrada e iluminista através simplesmente da democracia representativa. Muito menos entregar o nosso destino aos negacionistas, vingativos e ressentidos que querem destruir a democracia através de projetos de desconstrução, ruína e apocalipse.  

 

A educação política de todos deve ser realizada combinando-se a democracia representativa com progressiva democracia participativa e colaborativa, capaz de mobilizar a solidariedade, a reflexão, a criatividade de cada indivíduo e cada comunidade, comprometendo-se com o bem viver, o trabalho digno, o respeito às pessoas e a todos os demais seres vivos, a palavra compartilhada, a riqueza distribuída, a pluralidade cultural. Contribuir para um mundo decente, sem fome, sem violência premeditada, sem guerra e armas atômicas, sem profundas desigualdades, sem disparates ambientais, sem alienação das consequências das nossas ações.

 

Conquistar a democracia participativa e colaborativa contra as pulsões desenfreadas de cultivo da violência, da doença e da morte, é um projeto de longo alcance. Urge uma nova democracia e soberania nacional a serviço da vida e do progresso social.

 

 

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