Agência Sindical
Mesmo sob sol escaldante, dirigentes, trabalhadores e ativistas engrossaram o ato organizado pelas centrais sindicais na manhã da terça-feira (21/3), em frente ao Banco Central, na Avenida Paulista (SP). Participaram metalúrgicos, bancários, comerciários, professores, metroviários, químicos, trabalhadores do saneamento, servidores e outras categorias.
Protestaram contra os juros do BC – Selic está em 13,75% ao ano – e as taxas cobradas por bancos e financeiras. Os discursos foram unânimes: a maior taxa de juros do mundo trava a economia e inibe os empregos. “É urgente mudar de rumo. Não é possível que, diante dos problemas que afetam nosso povo, o Brasil siga com as maiores taxas de juros do planeta”, critica Adilson Araújo, presidente da CTB.
O movimento também pede que Roberto Campos Neto deixe o BC. Nesta quarta, 22, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve anunciar o índice da Selic.
Segundo o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves (Juruna), o dinheiro que deveria ser investido na produção vai pra pagar juros. Ele diz: “O povo não compra porque os juros estão altos. Quando cai a Selic se produz um ciclo positivo de investimento na indústria, consumo e na oferta de crédito”.
A fala dos sindicalistas está alinhada à do presidente Lula, que promete continuar pressionando o Banco Central pra reduzir a taxa Selic.
Sérgio Nobre, presidente da CUT, lembra que um dos desejos dos trabalhadores que batalharam pra eleger Lula é mudar a política monetária do BC. “Essa taxa é um crime contra o desenvolvimento e privilegia só o rentismo, que não gera emprego. A população tem que protestar e pressionar, ainda que pelas redes sociais”, afirma.
Fiesp – Segunda-feira (20/3), durante reunião no BNDEs, o presidente da Fiesp, Josué Gomes, chamou de “pornográficas” as taxas de juros, lamentando seus impactos negativos na atividade industrial.