Agência Sindical
Na última quinta-feira (7/4), a terceira Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat) completou um ano. Com ela, aniversaria a Pauta Unitária da Classe Trabalhadora, classificada pelo então pré-candidato Lula como “praticamente um Plano de governo”. Ele recebeu o documento em ato na Casa de Portugal, SP, dia 13 daquele mês.
Diz o Item número 1 da Pauta: “Política de valorização do salário mínimo que assegure a recomposição da inflação e aumento real para que, no médio prazo, o piso nacional seja capaz de atender às necessidades básicas dos trabalhadores e famílias, conforme a Constituição”.
Presidente da UGT, Ricardo Patah, avalia que, dentro das condições atuais, a pauta vai sendo tocada. De acordo com ele, a prioridade é a valorização do mínimo. “Avançamos bastante na questão do salário mínimo, que tem um GT específico pra esse fim e se reuniu dia 3, quando apresentamos um plano factível de recuperação das perdas, bem como de valorização contínua do mínimo”, diz. Em até 15 dias o governo responde aos sindicalistas.
Quanto ao Item 16 da Pauta, referente a modelo sindical e custeio, Ricardo Patah espera pra breve decreto presidencial, “a fim de formar Grupo de Trabalho, com representação de trabalhadores e empresários, pra debater avanços na negociação coletiva e formas de sustentação”.
Para Moacyr Tesch, presidente interino da Nova Central, a Pauta da Conclat criou forte expectativa no movimento. Após a eleição do Lula, a expectativa cresceu. Ele diz: “Trabalhamos pra retomar a democracia, mas, ante um Congresso Nacional avesso a avanços sociais, teremos dificuldades em aprovar essa Pauta”.
O dirigente aponta divergências quanto ao modelo sindical. “Devemos focar o que nos unifica, como salário mínimo, menos imposto nos salários, igualdade homem-mulher e redução dos juros. Temos esse dever político”, alerta. Moacyr vê avanços em vários pontos. E completa: “Estamos avançando com um governo voltado para o social. Temos que dar suporte a Lula.”