Engenharia em Perspectiva
"As mulheres devem acreditar nos seus talentos e nas suas capacidades, e fazerem aquilo que elas querem e não o que os outros determinam." Assim Liede Bernucci, professora titular da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), finaliza a entrevista ao programa web Engenharia em Perspectiva desta quinta-feira (13/4), apresentado pelo engenheiro Renato Vargas, com o apoio do SEESP.
A mensagem de Bernucci está fundamentada por uma carreira coroada de sucesso e em pleno desenvolvimento em várias instâncias da academia e de outras instituições do segmento tecnológico. O fato de ter sido a única diretora em 130 anos da história da Poli-USP fala por si. As mulheres hoje são aproximadamente 20% do efetivos dos alunos de graduação, mas em sua época, mal chegavam a 4%. Se a engenharia é desafiadora em suas dimensões técnicas, e por suas dificuldades de consolidação em um país onde a tecnologia e a industrialização oscilam em ondas de desenvolvimento e recessão, imaginem adicionar o machismo perene à esta dura realidade.
Certamente, há um processo de evolução na questão da diversidade, mas, segundo a professora, a passos mais lentos do que deveriam. Exatamente neste ponto fundamentou a sua carreira: remover as barreiras para aumentar a participação feminina, quebrando paradigmas e, em sua atuação de gestão frente a instituições de tradição como a EPUSP e o IPT, abrir espaços para a voz da mulher, com a convicção de que o aumento da diversidade acrescenta valores à engenharia.
Entender a trajetória, as realizações e os obstáculos e assim descobrir o caminho encontrado por Bernucci para singrar este mar revolto vai além da inspiração para as engenheiras: é um exercício de tenacidade para toda a comunidade da engenharia.
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