João Guilherme Vargas Netto*
Para quem estava se assustando com a montanha russa dos últimos tempos a roda gigante da semana parece monótona. Refiro-me às boas notícias na economia, ao atendimento de muitas reivindicações represadas e à própria moderação do frenesi congressual.
Para o movimento sindical uma conjuntura assim é indutora de boas notícias para quem a aproveita para fazer o que deve ser feito.
Foi o que aconteceu com os terceirizados da refinaria de Cubatão que, organizados e dirigidos pelo Sintracomos (Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial), presidido pelo companheiro Ramilson, conquistaram com 12 dias de greve uma vitória maiúscula conjugando a paralisação com negociações continuadas com o patronato (chegando a um acordo) e intervenções no Judiciário. O acordo final consagrou conquistas e avanços e confirmou o sindicato como legítimo representante desses trabalhadores.
O novo governo restabeleceu a relação institucional com o movimento sindical acolhendo-o em conselhos e grupos de trabalhos e cooptando quadros para a administração. Houve uma série de visitas de delegações sindicais a vários ministros para a entrega a eles da pauta da Conclat 2022 e para ouvir deles exposições dos projetos e perspectivas do governo. Uma reunião a ser destacada foi a realizada com ampla representação sindical no sindicato dos Químicos de São Paulo com a ministra Simone Tebet.
Acontece em Salvador o 9º Encontro Sindical do PCdoB que pautará, seguramente, uma campanha nacional pela aprovação do projeto de lei da valorização do salário mínimo.
Estas boas notícias sindicais colidem em mim com a tristeza pela morte trágica do amigo e companheiro Artur Araújo, com a qual não me conformo.
*Consultor sindical.