João Guilherme Vargas Netto*
Para dar nomes aos bois é preciso dizer que a greve dos metalúrgicos da GM contra as demissões, que durou mais de duas semanas, teve uma vitória maiúscula.
Os três sindicatos – de São José dos Campos (839 demitidos), de São Caetano (300) e de Mogi das Cruzes – São Paulo (105) – cujos trabalhadores foram demitidos, souberam conduzir de forma unitária, firme e criativa a greve, garantindo em vários tribunais a justiça contra as demissões maciças e intempestivas da empresa, forçada afinal pela determinação dos trabalhadores, dos sindicatos e da Justiça a reintegrar os demitidos.
A vitória da greve na GM, que enfrentava também nos Estados Unidos os trabalhadores em greve (e que a derrotaram) ecoa na conjuntura atual do Brasil a grande greve vitoriosa dos metalúrgicos da Renault, dirigida pelo sindicato da Grande Curitiba em 2020, também contra as demissões.
Os dois fatos, distantes três anos um do outro e vitoriosos em conjunturas política, econômica e social diferentes, demonstram a relevância da ação sindical e seu caráter permanente, desde que garantidas a unidade, o empenho dos trabalhadores e a condução correta da luta pelos sindicatos.
A vitória na GM reforça as campanhas salariais em curso dos metalúrgicos do Estado de São Paulo e é o resultado de ação efetiva que serve de exemplo para todos os trabalhadores e sindicatos.
*Consultor sindical