A conjuntura que o movimento sindical atravessa no Brasil é muito peculiar, o que o diferencia da situação sindical de outros países. A observação é do consultor político João Guilherme Vargas Netto que destaca, como fatores dessa peculiaridade, o desenvolvimento econômico com fortes ganhos salariais, a começar pelo mínimo, e a situação de quase pleno emprego.
Por outro lado, Vargas Netto analisa o movimento sindical mundial da seguinte forma: “nos Estados Unidos e na Rússia há a expectativa de soluções políticas; na Índia e na África do Sul existe a manifestação normal de lutas de reivindicações; na China, a população e os trabalhadores lutam por uma política mais compatível com o que chamamos de distribuição de renda e consumo interno; já na Europa é um movimento sindical relativamente acuado, que resiste para não perder mais do que os anéis, mais do que os dedos, a mão e a cabeça”.
Na Rússia e nos Estados Unidos, é como se o movimento sindical dos dois países tivesse expectativas sobre soluções dos problemas a partir dos novos governantes. “Nos Estados Unidos com a disputa com [Barack] Obama e, na Rússia, com a reeleição do [Vladimir] Putin”, explica Vargas Netto.
Já na Europa, Vargas Netto afirma que o movimento sindical enfrenta uma conjuntura negativa de caráter econômico. “Além de não haver crescimento, há um forte desemprego e um concentrado ataque às conquistas trabalhistas. O movimento sindical europeu, que tem uma grande experiência, é praticamente obrigado a reagir como tem reagido em diversos países, na Grécia, em Portugal, na Espanha e na Itália”.
Diante desse cenário mundial, o consultor político ressalta novamente a peculiaridade brasileira. “Estamos numa conjuntura positiva e vantajosa”, acrescentando que isso faz com que o movimento sindical do País recupere seu protagonismo social, e o mantenha.
A situação nacional é tão distinta em relação a outros países, observa Vargas Netto, que o Brasil acaba sendo o único país em que de uma maneira mais ou menos sistemática e periódica a Presidência da República se reúne com as direções sindicais de maneira normal.
Rosângela Ribeiro
Imprensa – SEESP
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