Jéssica Silva/Comunicação SEESP
Na terça-feira (11/2), o SEESP recebeu, em sua sede, na capital paulista, o secretário municipal de Infraestrutura Urbana e Obras, Marcos Monteiro, em reunião com diretores e engenheiros do sindicato. Na pauta, a preocupação da entidade com a manutenção e engenharia da cidade.
O secretário Marcos Monteiro (à esquerda) e o presidente do SEESP, Murilo Pinheiro. Fotos: Jéssica SilvaMonteiro levantou a questão da vistoria em edificações e externou a disposição de engendrar proposição sobre o tema. “Falamos com a Secretária de Urbanismo e Licenciamento, que deu sinal verde para construirmos algo”, ele pontuou.
Em 2023, mais de 40 prédios na região central de São Paulo estavam sob o risco de desabamento, segundo a Defesa Civil municipal. No início do ano, a queda de uma marquise no bairro Santa Cecília matou uma pessoa e deixou outras duas feridas. “É um assunto que envolve a população, os proprietários. Temos que discutir na Câmara, fazer consulta pública, mostrar que é importante”, falou o secretário. E convidou o sindicato a contribuir no debate técnico: “o poder público não tem braço para fazer todo esse trabalho”.
Nesse sentido, o presidente do SEESP, Murilo Pinheiro, falou da iniciativa da entidade pautada pelo projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), voltada à engenharia de manutenção. A ideia, segundo contou, é elaborar um projeto de lei que trate da inspeção periódica nos edifícios da cidade, com apresentação de laudo assinado por engenheiro. “Falamos com o Ricardo Teixeira e ele topou apresentar esse projeto”, disse Murilo referindo-se ao vereador presidente da Câmara Municipal de São Paulo.
Murilo frisou também que o sindicato pretende apresentar igualmente uma proposta de organização dos emaranhados de cabos da rede aérea, causa de muitos acidentes e apagões na cidade.
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Segundo o secretário, um empecilho ao enterramento da fiação é a necessidade de altos investimentos. No projeto de revitalização da avenida Santo Amaro, ele contou, foram gastos R$ 80 milhões somente no primeiro trecho. “Só para enterrar os fios foram R$ 25 milhões. É bastante complexo”, disse.
Como alternativa, o sindicato defende que seja modernizada a rede, com a substituição de cabos obsoletos. “Na legislação das concessões tem um item que fala que as empresas têm que atualizar seus sistemas e isso não está acontecendo”, lembrou o diretor do SEESP Renato Becker.
Para manutenção da cidade, opinou o diretor Gley Rosa, falta inspeção de segurança. “A vistoria sempre deve ter o olhar do engenheiro de segurança do trabalho. Só um engenheiro de segurança pode ver com antecedência o que pode apresentar problemas”, defendeu.
Reunião com secretário Marcos Monteiro aconteceu na sede do SEESP, na capital paulista
Para que todas essas ações saiam do papel, lembrou Yuri Hilton Alves, engenheiro da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (SVMA), é indispensável quadro de profissionais qualificados. “Precisamos de mais concursos e com o salário não apenas compatível ao piso, mas atrativo”, ressaltou.
Monteiro concordou e disse que todas as secretarias estão demandando engenheiros. “Eu não tenho dúvidas de que vai sair [um concurso] brevemente”, afirmou.
SEESP Educação
Em conjunto com aumento de engenheiros no quadro de profissionais da Prefeitura, é igualmente importante que os prestadores de serviços, por licitações e parcerias, tenham qualidade técnica para atuarem na área da manutenção e fiscalização. A consideração foi levantada pelo vice-presidente do SEESP Fernando Palmezan Neto.
“Minha sugestão é um convênio com o sindicato para que nós possamos ajudar na capacitação das pessoas que vão atuar, com certificação aos profissionais e as empresas. O sindicato pode dar uma grande contribuição nesse processo”, propôs o engenheiro.
Palmezan enfatizou nesse sentido a qualificação na modelagem da informação da construção, o BIM, e o projeto SEESP Prefeituras. “Temos uma equipe especializada na implementação de BIM em prefeituras, principalmente com relação a nova lei de licitações, que exige o uso do processo”, falou.
O secretário reconheceu que a prefeitura de São Paulo não tem atualmente corpo técnico para assumir serviços de fiscalização e que a parceria com o sindicato seria oportuna. “Sobre o BIM, vou levar à Secretaria Municipal de Gestão”, garantiu.