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22/05/2012

Empregos temporários e em tempo parcial: armadilha para os jovens?

A utilização de contratos temporários para os trabalhadores jovens quase duplicou desde o início da crise econômica, sustenta a OIT em seu relatório Tendência Mundial de Emprego Juvenil 2012.

De acordo com o estudo, entre 2008 e 2011, a cota de contratos temporários entre os empregados jovens – entre 15 e 24 anos – aumentou em 0,9% por ano, depois de um aumento de 0,5 ponto durante o período 2000-2008. Ao mesmo tempo, a porcentagem média do emprego temporário para os trabalhadores adultos permaneceu inalterada.

No ano 2000, os jovens da União Europeia tinham quatro vezes mais probabilidade que os adultos de serem empregados temporários, com 35,2% de trabalhadores jovens em contratos desse tipo, comparado com 8,9% dos adultos (maiores de 25 anos).

O relatório destaca que muitos jovens têm “boas razões” para trabalhar com contratos temporários e assinala que 41,3% dos jovens que trabalhavam como empregados temporários em 2010 eram estudantes.

“No entanto, a importância cada vez maior do trabalho temporário como uma opção de último recurso (nas economias avançadas) é confirmada pelo fato de que mais de um em cada três jovens declarou que não podia encontrar um emprego permanente e esta proporção aumentou desde que começou a crise – 36,3% em 2008 a 37,1% em 2010”, assinala o relatório.

Por outro lado, nas economias em desenvolvimento, é provável que um número relativamente alto de jovens se dedique ao trabalho familiar não remunerado e inicie sua vida laboral colaborando com empresas familiares da economia informal ou em fazendas. A transição da escola para o trabalho pode incluir, além disso, períodos de inatividade ou de emprego temporário ou casual.

Os jovens nos países em desenvolvimento também representam uma proporção alta de trabalhadores pobres: constituem 23,5% dos trabalhadores, comparado com 18,6% dos trabalhadores não pobres. Muitos trabalhadores pobres encontram-se presos em um círculo vicioso de baixos níveis de educação e empregos de baixa produtividade, segundo a OIT.

O relatório da OIT indica um número de políticas que os países poderiam adotar de maneira mais intensiva com o objetivo de promover trabalhos decentes para os jovens, incluindo as medidas ativas do mercado laboral como: o desenvolvimento de serviços públicos de emprego; subsídios de emprego e formação e redução de impostos para os empregadores que contratam jovens, bem como programas de capacitação empresarial que integrem formação profissional, orientação e acesso ao capital.

 

Imprensa – SEESP
* Com informação da OIT/Brasil

 

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