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09/01/2013

Desemprego atinge mais mulheres que homens depois da crise

Mulheres1dentroAs taxas de desemprego das mulheres são mais altas do que as dos homens em escala mundial e não se preveem melhoras nos próximos anos, segundo relatório da OIT (Organização Internacional do Trabalho). O relatório Tendências Mundiais de Emprego das Mulheres 2012 (aqui você lê o trabalho em inglês) analisa as desigualdades de gênero em matéria de desemprego, emprego, participação na força de trabalho, vulnerabilidade e segregação setorial e profissional.

Em nível mundial, antes da crise, as diferenças entre homens e mulheres em termos de desemprego e da relação emprego-população foram atenuadas. No entanto, a crise reverteu essa tendência nas regiões mais afetadas.

Nas economias avançadas, a crise parece haver afetado aos homens nos setores que dependem do comércio mais do que as mulheres que trabalham em saúde e educação. Nos países em desenvolvimento, as mulheres foram particularmente afetadas nos setores relacionados com o comércio.

“Embora as mulheres contribuam para a economia e a produtividade em todo o mundo, continuam enfrentando muitos obstáculos que lhes impedem realizar seu pleno potencial econômico. Isto não somente inibe as mulheres, mas também representa um freio ao rendimento econômico e ao crescimento”, declarou Michelle Bachelet, Diretora Executiva da ONU Mulheres, que contribuiu com o relatório.

Outras conclusões importantes

· De 2002 a 2007, a taxa de desemprego feminina situou-se em 5,8 por cento, comparada com 5,3 por cento para os homens. A crise aumentou esta disparidade em 0,5 a 0,7 pontos percentuais e destruiu 13 milhões de empregos para as mulheres.

· A diferença de gênero na relação emprego-população diminuiu levemente antes da crise, mas permaneceu alta, em 24,5 pontos. A redução foi particularmente alta na América Latina e no Caribe, nas economias avançadas e no Oriente Médio.

· A disparidade na participação da força laboral se reduziu nos anos 1990, mas mostrou pouca ou nenhuma convergência na década passada. Tanto as taxas dos homens como as das mulheres caíram do mesmo modo na última década, em grande parte por causa da educação, o envelhecimento e o efeito de “trabalhadores desalentados”.

· Em 2012, a proporção de mulheres em emprego vulnerável (trabalhadores familiares não remunerados e trabalhadores por conta própria) era de 50 por cento e a dos homens 48 por cento. Mas as disparidades são muito maiores no Norte da África (24 pontos percentuais) e no Oriente Médio e África Subsaariana (15 pontos).

· O indicador de segregação por setores econômicos mostra que as mulheres estão mais limitadas em sua escolha de emprego em todos os setores. A segregação setorial aumentou ao longo do tempo, com mulheres que abandonam a agricultura nas economias em desenvolvimento e passam da indústria aos serviços nas economias desenvolvidas.

· Nas economias desenvolvidas, o emprego das mulheres na indústria se reduziu à metade, deslocando 85 por cento delas no setor de serviços, sobretudo na educação e saúde.

Reduzir preconceito
O relatório enumera ainda uma série de diretrizes políticas para ajudar as famílias a reduzir os preconceitos de gênero nas decisões relativas ao trabalho e a diminuir as disparidades de gênero no mercado laboral:

· Melhorar a infraestrutura com o objetivo de reduzir a carga do trabalho em casa. Segundo o nível de desenvolvimento, isto pode variar desde a disponibilidade de eletricidade e água, ao saneamento e aos meios de transporte.

· Fornecer serviços de cuidado, sobretudo às crianças.

· Equilibrar a divisão de trabalho remunerado ou não remunerado entre mulheres e homens, principalmente através de programas que promovam a repartição das responsabilidades familiares.

· Modificar os custos e os benefícios da especialização de gênero, sobretudo garantindo que os impostos e as transferências não criem desincentivos para as famílias com duas fontes de renda.

· Compensar as desigualdades das oportunidades de emprego entre homens e mulheres, sobretudo através de medidas dirigidas a eliminar o impacto negativo da interrupção da atividade profissional através de uma licença maternidade remunerada e do direito a regressar ao posto de trabalho.

· Realizar campanhas de sensibilização para mudar os estereótipos de gênero e para garantir a implementação da legislação contra a discriminação.

 

Imprensa – SEESP
Notícia da OIT/Brasil
Ilustração do site da UFPA 



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