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21/01/2013

Pesquisa - Livro alerta sobre causas da proliferação de mosquitos

MosquitoLivro escrito por pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP alerta para os fatores que provocam o aumento da população de pernilongos (Culex quinquefasciatus) durante o verão. O trabalho do professor Delsio Natal e da bióloga Sirlei Antunes Morais mostra que altas temperaturas, chuvas intercaladas e o precário saneamento básico em algumas regiões das cidades propiciam uma maior proliferação e desenvolvimento do pernilongo e de diversas espécies de insetos que podem ser vetores de doenças para os seres humanos.

A obra Culex quinquefasciatus - O mosquito tropical das áreas urbanas e rurais trata dos mais variados aspectos da ecologia, biologia, identificação, genética, importância em saúde pública e controle ambiental e químico do mosquito.

Além desses temas, o livro contém análises e resultados das pesquisas feitas durante o mestrado de Sirlei na FSP sobre a população de Culex do rio Pinheiros, que atravessa a Cidade de São Paulo. “As pragas de modo geral proliferam em ambientes degradados, em áreas desmatadas e cidades sem infraestrutura e destino adequado de resíduos sólidos e líquidos tanto domésticos como industriais”, afirma.

Ainda segundo as pesquisas de Sirlei, “as formas adultas do pernilongo sobrevivem em média três meses, se dispersando num raio de 2,5 quilômetros (km) a procura de abrigo e alimento Devido a isso, mesmo que haja ações de controle químico e ambiental nos criadouros, a comunidade circunvizinha sofre com o problema da infestação enquanto perdurarem as condições favoráveis”, sendo de extrema importância o cuidado não só com o interior da residência, mas com todo o seu perímetro.

Riscos
Mais do que incomodar, coçar e zumbir nos ouvidos, os mosquitos podem trazer riscos às pessoas. Em primeiro lugar, “a picada pode desencadear processos alérgicos, dependendo do sistema imune da pessoa”, explica a pesquisadora. Além dos processos alérgicos, muitos destes insetos são vetores em ciclos de doenças mais graves, como o Aedes aegypti, portador do vírus da dengue. Em áreas mais periféricas ou rurais, algumas espécies podem transmitir arbovírus e leishmanias, sem contar o Anopheles, portador de plasmódios da malária.

Segundo Sirlei, o pernilongo costuma atacar à noite, enquanto o Aedes ataca durante o dia, o que pode facilitar na sua identificação. “Em áreas urbanizadas os mosquitos que picam durante o dia podem ser apontados como o Aedes aegypti. À noite pode ser o Culex, que transmite a filariose em algumas áreas do Nordeste onde há a presença do agente”, resume.

Com base nas informações levantadas durante os estudos, a cientista alerta para os problemas que os mosquitos podem causar e dá dicas para diminuir sua ação. A primeira medida é não deixar água parada em vasos de plantas, pneus, garrafas e tudo que possa ser um procriador de larvas de mosquitos. Manter os quintais limpos e não jogar lixo a céu aberto são outras medida essenciais.

Após o doutorado na FSP, Sirlei se tornou pesquisadora visitante do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), em Manaus (Amazonas). Em meados de 2013, Sirlei parte para o pós-doutorado em Ohio (Estados Unidos). Especialista em vetores em saúde pública e no pernilongo, agora ela irá se concentrar no tema “Genoma mitocondrial completo do Culex quinquefasciatus neotropical, incluindo membros do complexo Culex pipiens da Argentina e América do Norte”. O projeto foi aprovado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por meio do programa Ciência sem Fronteiras.

 

Imprensa – SEESP
Informação da Agência USP de Notícias



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