O projeto mais recente é o do Mandi, um ROV (Remote Operated Vehicle) ou um veículo controlado remotamente, que se iniciou em 2011. Ele está sendo desenvolvido dentro de um programa de pesquisa e desenvolvimento, fomentado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para aplicações nas usinas da Cesp (Companhia Energética de São Paulo). Atualmente, inspeções das turbinas geradoras requerem o esvaziamento das suas instalações ou o uso de mergulhadores.
Ambas as alternativas implicam, no entanto, paradas totais ou parciais, não só da turbina a ser inspecionada como das vizinhas (devido à segurança necessária ao trabalho dos mergulhadores). “Como consequência, tem-se o custo de horas sem geração de energia elétrica, o que é bem significativo nos dias de hoje, devido às altas demandas do cenário nacional”, diz Barros. “O Mandi deverá realizar as inspeções, diminuindo o nível de parada das turbinas adjacentes àquela que está sendo inspecionada.”
Com o formato de um torpedo, o Pirajuba tem 1,78 metro de comprimento e 23 centímetros de diâmetro. Com quatro lemes na parte traseira, ele pode atingir a velocidade máxima de 5 nós (9,26 quilômetros por hora) e uma profundidade máxima de 100 metros. O veículo possui energia e capacidade de processamento (computadores de bordo) embarcados, não dependendo da assistência humana durante suas missões. Por isso, é autônomo.
O AUV Pirajuba está em sua terceira versão. “Já foram realizados testes de mar em Angra dos Reis, com o apoio da Marinha do Brasil, que demonstrou interesse no projeto”, conta Barros. “Os próximos estão previstos para o início de 2013.” De acordo com ele, os primeiros testes têm como objetivo a validação da funcionalidade do veículo e investigações nas áreas de dinâmica e navegação do veículo. “A próxima fase visa a coleta de dados para apoio da pesquisa oceanográfica e do levantamento hidrográfico em águas rasas”, informou.
O ROV Mandi, por sua vez, tem a forma aproximada de uma caixa, com 57 centímetros de comprimento, 39 de largura e 40 de altura. O veículo está em fase final de fabricação e os testes iniciais estão previstos para o primeiro trimestre de 2013. Diferentemente do Pirajuba, ele necessita de energia e comandos de um operador humano, oriundos da superfície e enviados por um cabo (o "umbilical").
Segundo Barros, as missões indicadas para AUVs, como o Pirajuba, são as que envolvem a coleta de informações científicas obtidas em grandes áreas submersas. Para um ROV de inspeção, como o Mandi, são aquelas executadas em pequenas áreas, transmitindo, para a observação humana, cenas de peças, equipamentos, organismos vivos, corais, de uma localidade específica. Em comparação com os AUVs, sua velocidade, em geral, é bem menor, podendo estar estacionários ou serem movidos através de um comando de um operador humano na superfície. “Pode-se fazer a analogia com o processo de busca em uma floresta: o AUV faz o papel do avião, que varre uma grande área em pouco tempo”, compara Barros. “O ROV, por sua vez, faz o papel de uma equipe de pessoas que vai até locais específicos da floresta e podem observar seus sítios demoradamente.”
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Fonte: Assessoria de imprensa da Escola Politécnica da USP