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02/05/2013

Indústria aeroespacial tem vagas abertas há mais de 7 anos

Quando o governo federal resolveu encomendar helicópteros, aviões de caça e cargueiros, investir em radares e veículos não tripulados como parte do plano de estratégia nacional de defesa, criado em 2008, a indústria aeroespacial e de defesa do país passou a desengavetar os planos de contratação.

A estimativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é que esse setor cresça entre 10% e 20% nos próximos três anos. Até 2020, serão criados 48.000 novos postos de trabalho nesse mercado, que atualmente emprega 30.000 profissionais nas 180 empresas filiadas à Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde).

Pelos cálculos da associação, até 2030 serão gerados 60.000 empregos. No entanto, o plano do governo de fomentar esse mercado corre o sério risco de não decolar. As 14 empresas e especialistas ouvidos para essa reportagem foram unânimes em relatar a dificuldade de encontrar profissionais qualificados.

Algumas estão importando mão de obra temporária. Se o país não quiser perder essa chance, vai ter de investir em formação e capacitação. “Mais do que aumentar o número de graduados é preciso mudar a mentalidade das instituições para formar gente com capacidade de inovar”, diz Fernando Catalano, professor de aeronáutica da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos.

No Brasil, são poucas as instituições que oferecem cursos na área aeroespacial, como o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), a Universidade do Vale do Paraíba (Univap) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A Universidade de Brasília (UnB) começou a oferecer um em 2012.

“O problema em abrir mais cursos é que não há professores suficientes”, diz Catalano. A USP está com uma vaga aberta há sete anos porque não encontra um professor de aviônica — toda a parte eletrônica a bordo dos aviões — e está abrindo edital de vaga no exterior para tentar preencher a posição. A universidade forma cerca de 50 engenheiros aeronáuticos por ano — desses, 70% vão trabalhar na indústria para a qual foram formados.

No ITA, dos 120 formados por ano, apenas 60% vão trabalhar no setor. Os demais vão para consultorias e mercado financeiro, atraídos por salários mais altos. Para diminuir essa diferença, o ITA vai, em sete anos, passar a formar o dobro.

“Hoje, não temos condições de suprir essas projeções de geração de emprego na área, mas tem uma série de medidas que, se levadas adiante, vão ampliar a oferta de profissionais”, diz o professor Cláudio Jorge, chefe da divisão de infraestrutura e engenharia civil do ITA. O próprio instituto estuda como interagir com outras universidades federais do Pará, do Ceará, de Brasília e de Santa Catarina para a troca de experiências.

Fonte: Exame.com




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