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08/01/2014

Opinião - Produtividade e inovação

Qual a maior diferença entre o Brasil e Coreia? Se a pergunta fosse feita quarenta anos atrás, alguém mais bem humorado poderia dizer que aqui as pessoas não nascem com os olhos puxados. As duas nações ostentavam índices de produtividade e inovação muito parecidos. Ou seja, tanto aqui quanto lá um trabalhador apresentava mais ou menos a mesma produção, da mesma forma que os números de patentes se equivaliam. Hoje, o engraçadinho não teria tanto motivo para rir: o Brasil perde e feio nos dois quesitos.

O concorrente asiático tem produção quatro vezes maior que a brasileira e está disparado no topo da lista de países mais inovadores, enquanto o Brasil amarga a 55ª posição. Os dados têm impactos diretos na economia brasileira cujo crescimento dá sinais de começar a perder vigor. Praticamente toda mão de obra qualificada está empregada e as organizações precisam descobrir novos meios para gerar mais divisas, continuando competitivas.

Uma solução possível para curto prazo é estimular a criatividade e atenção concentrada nos jovens que chegam agora ao mercado de trabalho. A geração Y já se provou capaz de surpreender, dependendo apenas de treinamento e orientação de profissionais experientes. Nesse sentido, os programas de estágio e aprendizagem bem como os vários cursos de educação à distância gratuitos que o CIEE oferece pelo site www.ciee.org.br valem como um diferencial a toda modalidade de formação profissional.

A longo prazo há outras opções para a criação desses talentos. Na capital paulista, por exemplo, o Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec) uma faculdade pioneira no país está na reta final para receber e formar engenheiros focados no aumento de eficiência e na criação de novos produtos que possam garantir posições melhores para o Brasil no mercado internacional. Esse caminho, entretanto, ainda demorará a surtir efeito: os primeiros graduandos sairão dentro de quatro ou cinco anos.

A decisão de mudar a atual maneira de encarar a produtividade e a inovação não pode esperar tanto; assim é preciso adotar novas medidas nesse sentido para resultados também em curto prazo. A posição de liderança que o Brasil almeja no futuro depende dela.

 

* Luiz Gonzaga Bertelli é presidente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), da Academia Paulista de História (APH) e diretor da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp). Artigo publicado, originalmente, no jornal Diário da Franca







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